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Educação: Porque não avançamos?

Educação no Brasil - Um Asno

Como diria meu antigo professor de Cálculo: a resposta para essa pergunta é... "Têta!". Quando o, agora senador, Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque, ex-ministro da educação no governo do messias Luis Inácio Lula da Silva, sugeriu a solução ao metalúrgico alçado a condição de divino salvador do país, foi defenestrado do cargo! Porque? Ora, porque a solução traria um outro problema. O problema é que o maior programa de compra de votos legitimado no Brasil, o Bolsa Família, teria de sofrer alguns cortes! Não há como avançar na educação sem primeiro cuidar da valorização do profissional que auxilia na construção do conhecimento: o professor! Valorização não significa apenas salário, vejam bem! Também envolve a qualificação adequada e a reformulação do sistema vigente. Mas qual! O MEC chegou a anunciar (depois corrigiu alegando que foi falha), que seria proibido exigir títulos de doutorado e mestrado a professores de universidades federais!
 
O atraso que acontece com o Brasil, acontece também em outras nações, cuja riqueza natural fez desprezar sua capacidade tecnológica e produtiva. Desde que um maluco escreveu que “em se plantando tudo nela dá”, referindo-se as qualidades naturais de nossa terra, deixamos de nos preocuparmos em explorar tecnologias, desenvolver mecanismos que aumentam a produtividade, fomentar as invenções e, posteriormente, de investir na competitividade industrial. Até houveram tempos (e não faz tanto assim), em que a política centrava-se no entendimento de que para nos desenvolvermos, bastava ampliar as plantações de café, soja, algodão, cana, ou ainda, explorar os minérios. Para quê investir em inovação e produção tecnológica já que podíamos explorar a terra, a exemplo do que faz a Venezuela com o petróleo...? Porque lá não dá certo!
 
Nossa cultura sempre foi a de que bastava colocar afiadas enxadas nas mãos dos escravos e, posteriormente, treinar nossos operários para melhor operar as máquinas que estaria garantido o nosso desenvolvimento. Só somos a sexta maior economia do planeta por que nossa terra é rica, mas somos dos mais atrasados entre todos os países. Não inventamos nossos próprios equipamentos porque, para isso, existem os inventados por outras nações. Até o nosso conhecimento disceminado nas escolas provém do exterior. Ainda lembro das falaciosas técnicas de Jean Piaget que aprendi no magistério.
 
Mesmo agora que todos sabemos que a maior riqueza que um país pode produzir não está na terra, mas sim, nas cabeças de seus habitantes, continuamos a exigir mais dinheiro para ser desviado e nada cobramos quanto a gestão do que já existe. Em vez de trabalharmos para garantir uma educação de qualidade, caimos novamente no discurso de que faremos isto quando o petróleo do pré-sal nos oferecer os recursos necessários. Todos nós somos responsáveis porque nos acomodamos e nunca elegemos pessoas realmente comprometidas com a educação! Apenas sabem dizer que a solução é mais dinheiro. E dinheiro oriundo das riquezas naturais. Não é, não!! Escrevi aqui demostrando que os royalties do petróleo não ajudarão no desenvolvimento da educação brasileira.
 
Mas... E o problema da valorização? Entre todas as nações, o Brasil é o 15º que mais investe em educação. Já são quase 6% do PIB nacional. Elevar o volume de dinheiro para a educação não tornará nosso país o primeiro. Até porque, mais dinheiro entrou e a qualidade diminuiu muito! O que já é destinado seria suficiente se nosso estado fosse mais eficiente na gestão do mesmo. As falhas no sistema são grotescamente ignoradas por todos. Nós, pais, temos culpa, nós, professores, temos culpa, nós, alunos, temos culpa, nós eleitores, temos culpa e os políticos agradecem por nossa lambança e por mantermos a máquina lubrificada para eles. É só mais uma indústria de votos...
 
Eu conheço professores da rede pública que são muito, mas muuuito, bem pagos (relativamente aos outros), e suas aulas são um oásis na educação brasileira. Mas daí não vale! São doutores e mestres naquilo que fazem, por isso são excelentes. Por outro lado, conheço um número muito mais vultuoso de professores que não poderiam ser aprovados nem em concurso para flanelinha, mas que engrossam as fileiras junto aos outros que exigem melhores salários. Um sindicato que se preze, e a APEOESP não vai além disso; um sindicato, lutaria pelos salários, mas também pela auto-valorização da categoria, no que diz respeito a formação que, na maioria dos casos, é uma piada de mal gosto! O salário é ridículo, a produção acadêmica é ruim, o desempenho em sala de aula é medíocre, a atuação dos pais é criminosa e ausente, etc. Esse é um perfeito cenário onde o solo se torna fértil para brotar as velhas aberrações que nada fazem avançar a educação. Somos tolos se deixarmos o problema da educação apenas nas mãos dos políticos.

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