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O que vi no 7º Fórum de Cultura realizado na ACB nesta última quinta-feira!

7º Fórum de Cultura em Birigui - Um Asno
Ontem, às 20h, na sede da ACB (Associação Cultural de Birigui), estiveram reunidos os membros da Associação e os representantes dos grupos pró cultura, OCSCEA (Organização Coletiva e Social de Cultura e Esportes Alternativos), Bons Selvagens, Movimento Diversidade Sexual, o Movimento dos Grupos de Teatro e mais outros interessados da sociedade em geral. Estiveram presentes, também o atual presidente da Câmara Legislativa de Birigui, o vereador Paulo Bearari do PT (e possível futuro prefeito), o vereador Ricardo Kumazawa (PT) e o vereador Gilmar Trecco, presidente do PSDB de Birigui. Foi o sétimo encontro, ou Fórum, como eles preferem denominar. Uma reunião saudável e bem organizada que contou com a presença de 27 pessoas para dar corpo as propostas para a recriação da Secretaria de Cultura em Birigui. Pausa dramática, porque eu gosto...

Bom, primeiro acho engraçado tratarmos do assunto da Secretaria de Cultura como "recriação", já que a meu ver ela não existe em Birigui há pelo menos 30 anos! No tempo em que a pasta esteve nas mãos da secretária Terezinha Lot Zin, a saudosa "Teleco", cultura era sessões de cinema (videocassete mesmo) na antiga Biblioteca Pública, corais, e as apresentações típicas em datas festivas. De vez em quando a extinta ALIBI (Associação de Literatos de Birigui) promovia algum sarau independente. Lembro-me de um episódio embaraçoso com a (também extinta) Cia de Teatro Artenigma que foi obrigada a apresentar uma peça, de Moliere, se não me engano, para um público da pré-escola. Lógico! Na cabeça da Teleco, teatro em Birigui se resumia a peça "Pluft! O Fantasminha Camarada", de Maria Clara Machado! Depois disso foram os seguidos boicotes a Cia de Teatro Amado Amado que ainda resiste até os dias de hoje. Parêntese, por que para esse escriba irritante, esses garotos são heróis! É por causa deles e de outros interessados que nesta cidade existe um Teatro (ainda que seja o do SESI!

Eu mesmo tive problemas para ter acesso a desprestigiada secretaria, quando fui falar com a Teleco e ouvi a seguinte frase: "O povo de Birigui não tem cultura! Para que investir nisso?". Encontrei a mesma dificuldade quando já era apenas um departamento nas mãos do professor Paulo Batista, quando ele ainda era do PT. Havia elaborado um projeto para a realização de um Festival Literário em Birigui, mas para conseguir concretizá-lo precisava da parceria da Prefeitura para obter a adesão do empresariado local. Passei por cinco assessores até chegar ao Paulo e quando consegui, ele me enviou para a primeira assessora da lista que eu já havia percorrido. Fiz mais uma tentativa infrutífera quando o senhor Marcos Tinarelli assumiu a coordenação do famigerado Departamento de Cultura. Ele foi muito gentil e esbanjou sorrisos, mas não me deu a menor trela (odeio isso)! Procurei o professor Santo Crevelaro Neto na época, mas as ideias dele para conseguir apoio eram diferentes das minhas. Além do mais, ele tem um sobrinho (Paulo) que é um bosta e que me ofendeu muito porque o tio havia sido passado para trás por um garoto na realização de um evento. Como se eu tivesse algo a ver com isso...

Voltando a reunião
Senti em todos os presentes (pelo menos na maioria), as mesmas preocupações que tenho quanto a criação da referida secretaria. Já estavam no sétimo Fórum e ainda discutiam a respeito dos cargos criados. As falas mais coerentes dentro do recinto foram as de Paulo Bearari e do garoto, que muito me surpreendeu, Evandro Claudio Santos Barbeiro, que representava o Movimento dos Grupos de Teatro e o Movimento Diversidade Sexual. Coube a Paulo Bearari esclarecer os pontos jurídicos acerca da criação da secretaria e responder as questões levantadas pela diretoria da ACB e de outros participantes. Mas foi mesmo a fala de Evandro que me tranquilizou mais. Por intermédio da sua fala pude me convencer de que buscamos coisas semelhantes para a cultura local. A explicação de Bearari também me fez chegar a única conclusão possível para o impasse: é melhor que a proposta seja aprovada da maneira que o executivo a encaminhou para o legislativo!

Quais as razões para essa conclusão? Ora... Primeiro o tempo disponível. A não ser que pretendam protelar a criação da secretaria indefinidamente, porque não chegarão a um projeto perfeito e com consenso tão cedo. Segundo, porque da maneira como está e com a presença forte do Fórum que foi estabelecido, ficará muito mais fácil se chegar a secretaria ideal que todos almejamos. A lei poderá ser melhorada conforme o próprio Fórum vá amadurecendo e ganhando força para pressionar as realizações da dita cuja. Terceiro porque o momento não é favorável para os agentes da cultura de nossa cidade e, certamente, o projeto com suas reivindicações não será aprovado pela maioria dos nossos edis. Mero jogo político. Sabem como é... E o mais importante!

Mesmo que consigam elaborar e aprovar um projeto que contemple toda a estrutura que permita o ingresso no Sistema de Cultura, os verdadeiros agentes da cultura de nossa cidade ficarão de fora da secretaria, tal como na aprovação do projeto existente. Por quê? Ora, porque os cargos já existem! As pessoas que irão ocupar esses cargos serão as mesmas que já estão lá desde os tempos da Teleco! Seria bem mais fácil evoluir uma lei que contemple apenas os cargos que são de indicação do prefeito do que alterar uma lei que criou cargos concursados e que não poderão ser extintos. Minha sugestão vai no sentido de que a secretaria seja primeiro criada e que o movimento que reúne os agentes de cultura continue operando para garantir sua voz perante a mesma e gradualmente vá propondo as melhorias na lei que a criou.

Do meu ponto de vista, de qualquer maneira os agentes de cultura estarão excluídos da tal secretaria neste primeiro momento. Mas estão formando corpo e voz! Podem mais do que pensam! Se preferirem propor a criação da secretaria ideal agora, podem até conseguir. E esse é o maior problema! Se conseguirem, a secretaria será loteada (conforme eu já havia escrito) e será muito difícil melhorá-la no futuro. Não se iludam! Podem entender muito de cultura, mas não sacam nada de fisiologismo! Se querem arriscar a apresentação de ambas as propostas (a do prefeito e a que querem de verdade), vão dispender muita energia para obter apenas um atraso, porque se a proposta da Dra. Osterlaine for para a apreciação da casa teremos mais um adiamento para evitar que a secretaria não seja criada.

É melhor garantir um ponto inicial para se chegar ao ponto ideal almejado do que insistirmos na conquista da secretaria perfeita no atual momento. Não estamos preparados para integrar o Sistema Nacional de Cultura ainda, mas podemos chegar a esse ponto muito breve, dependendo apenas de como o fórum irá evoluir. Faço coro com os membros do fórum para que a sociedade passe a participar ativamente dos encontros para contribuir com a evolução rumo a uma secretaria de cultura ideal.

Uma Crítica
Lógico! Sou eu... Se não houvesse uma criticazinha não seria eu, némessm? Acho essa coisa de horizontalidade nas discussões para que não hajam lideranças e autopromoção algo muito lindo e fofo (fofo sim, porquê?), mas na prática isso é uma merda! É muito organizado e democrático. Permite uma participação nivelada e ordeira, mas qual é a vantagem dessa bosta? Sete encontros para decidirem que vão definir uma proposta para encaminhar!! Essa proposta deveria estar pronta desde o terceiro encontro! Afinal, gastam pelo menos três horas em cada fórum. São várias pautas e interesses para serem apreciados? Ótimo! Elejam uma liderança para que se construa um foco para as discussões. Não conseguem chegar a um consenso sobre quem deveria liderar os trabalhos? Ótimo! Criem uma forma de liderança rotativa onde todos os grupos poderão conduzir cada parte do trabalho que precisa ser executado.

Se dedicassem cada um dos sete encontros para discutir de forma desmembrada o que cada grupo pretende já teriam o resultado em mãos. Tá certo que o impasse (e consequente atraso), até agora se deu por conta da questão da existência, ou não, dos cargos na tal secretaria. Porque se deram ao trabalho (e tempo) para discutir isso? Isso não nos pertence, ou pertencerá neste momento. Criemos a secretaria sem os cargos comissionados, ou concursados agora, com a ressalva de que os grupos estarão monitorando de perto os seus trabalhos e gradualmente conquistemos espaço na pasta.

E ao meu amigo comunista, Renato Gomes dos Reis, com o qual já conversei sobre isso ao final da reunião, não se trata de querer, ou não, fazer parte do Sistema de Cultura. Mesmo que quiséssemos, ainda não estamos preparados para isso. Trata-se de termos, ou não, uma Secretaria de Cultura que nos represente. Para ter representação, não precisamos dos cargos! Precisamos do que vocês já estão fazendo: a união de todos os agentes de cultura da cidade. Por fim... Senti falta de representantes literários ao evento!

2 comentários:

  1. Fico muito feliz com as linhas a mim dedicadas e quero e vou como leninista acatar o que prescreveo centrlismo democrático, base teórica da qual sou egresso.
    Quanto à sua crítica à não consecução de um projeto em um menor tempo para apresentar não me furto à crítica...
    Entendo sua preocupação com o fisiologismo pertinente e entendo que mediante a não maturidade do movimento a integralidade das conquistas poderem ser revertidas em um anátema...
    Não obstante, às suas profícuas observação às quais submeto e hipoteco solidariedade e as venero, não agregaria em nada a minha concordância absoluta e resoluta com o que fora proposto.
    Ainda mantenho algumas divergências, mas defendo com veemência a SECULT quero que seja aprovada e prospere.
    Devo salientar ainda que a suposta inclusão ao Sistema Nacional de Cultura não iria demandar necessariamente mais cargos, mas mas trabalho e comprometimento, talvez neste ponto em particular seja pertinente sua observação.
    Não me furtarei a luta pela emancipação da cultura no município, nem dos bons embates...
    Eu o admiro muito...

    Renato

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  2. Caro Nilson

    Acredito que ja tenha passado pela ACB entorno de 200 pessoas desde o inicio do FORUM DE CULTURA, porem a média é de 25 à 30 participantes por encontro, o que evidencia uma rotatividade no público participante.
    Considerando que para muitos esse é um "movimento" novo, é preciso tempo e calma para conseguirmos nos encaixar uma "engrenagem perfeita"!
    Particularmente penso ser natural, que nós (incluo você), que a anos estamos engajados nessa luta estejamos um pouco mais "ansiosos" para que a "coisa" aconteça. Porem penso que temos tarefas duplas nesse processo, além da luta pelo desenvolvimento cultural de Birigui (que é nossa bandeira) temos a tarefa principal de "cuidar" dessa juventude, para que nao cometam o erros que cometemos no passado e permaneçam fortes e unidos nessa luta!

    Até a Vitoria (horizontal)!

    Giseli

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