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Greve do Metrô e o artigo sobre a Participação Popular do Blog Travessia

Greve do Metrô em São Paulo - Um Asno
Por uma bizarra ironia do destino, a única maneira de eu rever rostos conhecidos é através do Faciobuquio! É lá também que vejo o que meus amigos e conhecidos andam compartilhando. Nem sempre eu consigo acompanhar e ler tudo o que está entre minhas leituras favoritas, mas sempre que posso dou um lida nos artigos de Beth Muniz no Blog Travessia. Aliás, muito bem escritos e bem amparados por sólidos argumentos. Porém, tenho um outro ponto de vista a respeito do artigo "Quem tem medo da Participação Popular". O problema não é o encantador título Participação Popular repetido como mantra nos últimos anos. Já escrevi e debati algumas vezes contra a maneira como se quer introduzir a dita Administração Participativa e já demonstrei como se pode produzir calamidades por não se respeitar princípios básicos de educação, formação da cultura participativa e multiplicação do conhecimento. O problema é que facilmente esses "conselhos" serão ocupados como todos os espaços já o são por quem detém o poder do Orçamento! Massa de manobra jamais faltará a lideranças oportunistas e macunaímicas. Não é por decreto ou canetada que se institui a participação da massa.

As manifestações do ano passado deixaram bem claro o que é realmente a Massa. Foram necessários mais de trinta anos para que o modelo de pensamento (ou doutrinação) alinhado ao discurso, e nada mais que isso, de uma ideologia de esquerda, pudesse se enraizar na cultura geral de nossa nação. Com menos do que isso não será possível implementar um modelo participativo. O Decreto 8.243/2014, da maneira como foi redigido não favorece a população geral em absolutamente nada! Favorecerá apenas grupos menores com líderes insanos e em completa desarmonia com seus próprios liderados, como é o caso do líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos e o irresponsável Altino Prazeres, líder do Sindicato dos Metroviários.

Eu conheço estas pessoas para lhes emprestar alguma alcunha negativa? Não! Apenas o oportunismo e o resultado de suas atitudes que prejudicam a própria categoria que juram defender e mais milhões de pessoas que sofrem com a influência de suas atitudes. Além do mais, sempre irei desconfiar de quem tem casa e lidera outros que não têm (e ainda lhes cobra aluguel quando conseguem), que tem três refeições por dia e lidera outros que não têm e que possui terras, enquanto lidera muitos que nem sabem o que fazer com ela. Só quem conheceu uma mesa vazia sabe o que um faminto sente, só quem coleciona calos formados pelo labor na roça conhece os anseios de quem busca por um torrão de terra para viver e só quem foi amparado pelo papelão e o jornal sente como ninguém o que um pai ou uma mãe sente quando não pode amparar ao seu filho.

Não! Eu não acho que a democracia se faz unicamente com o ato de escolha através do voto e é justamente por isso que não sou favorável a redação do tal decreto. Democracia não se resume ao voto! São várias instituições criadas e concordadas pela sociedade, em geral, para manter a ordem e o respeito a liberdade de todos os indivíduos. A evidência mais sólida de que não estamos preparados para um modelo participativo está exatamente no resultado das eleições e que corroboram os argumentos de Beth Muniz quanto ao clientelismo, ao corporativismo, etc. Concordo com Beth quando ela afirma "Os Conselhos de Participação Popular são formas de resgatar e fortalecer a democracia e não de enfraquecê-la. Toda forma de consulta popular fortalece a democracia, dá mais consistência às decisões dos governos, permite ao povo se pronunciar não somente através do processo eleitoral, mas mediante seus pronunciamentos sobre medidas concretas dos governos". Mas, de fato, os conselhos são quem? Atualmente, qualquer grupo não consegue ir além do pensamento de seus comandantes. HÁ UMA CRISE DE LIDERANÇA NESTE PAÍS DESDE OS TEMPOS DO SEU DESCOBRIMENTO!

A nação nunca foi preparada para um modelo de participação, mesmo porque isso nunca foi prioridade de nenhuma liderança ou ideologia. A atividade precípua de cada bloco ideológico sempre foi a de chegar ao poder e depois ver como se dariam as mudanças. Como eu já afirmei diversas vezes, o discurso fascina muito e eu já fui fascinado com ele. Tudo que se inclui a palavra "social" ou "participação" já recebe a prévia aprovação sem uma atividade bovina mínima, ou seja, o ato de ruminar o que se está propondo. Vi meu Amigo Comunista postar diversas vezes comentários favoráveis a greve dos metroviários, por exemplo. Mesmo ela tendo sido declarada jurídica e justamente ilegal, o que é uma instituição democrática. Ir contra uma ordem judicial fundamentada em preceitos democráticos, sim, é ser contra a democracia! Para o meu amigo e outros que não se incluem entre os quase 4 milhões de usuários trabalhadores que ficaram sem transporte, é fácil apoiar uma turma que desdenha exatamente do que significa a palavra democracia. Eu acredito que o "Sistema" careça realmente de muitas melhorias e ainda bem que esse modelo em que vivemos permite que existam evoluções, bem ao contrário da ideia comunista ou anarquista. 

Como devem ser tratados os indivíduos que ignoram uma decisão judicial e que tiveram sua decisão de prejudicar outras pessoas, que ganham bem menos do que eles, considerada ilegal? Como devemos considerar as atitudes das pessoas que abusam, que constrangem outros companheiros e até passageiros, e ainda comprometem a segurança de todos os paulistanos levando a vida de gente que estuda e trabalha a um caos? É este tipo de criatura que irá organizar ONGs, Associações, etc., e arregimentar pessoas fascinadas com seus discursos para compor o novo conceito definido pelo decreto do governo para a Sociedade Civil. O paradoxo está na aparente cessão de mais direitos ao cidadão, ou a aplicação efetiva desses direitos, mas conduzindo-nos a um horizonte com cada vez mais grupos usurpando os direitos de outros. Pega-se o exemplo do MTST que está tomando à força o lugar de milhares de pessoas que aguardam resposta a seus cadastros para programas de distribuição de moradias. Tome-se, ainda, o exemplo do MST que já fez programas de reforma agrária naufragarem por preferirem a foice e o machado a terem de esperar por projetos como a Agrovila do Banco da Terra. 

Não temo a participação popular por que não temo a democracia, modelo que escolhi como melhor para viver. Não temo as falhas que existem no "sistema" por que creio na sua permanente evolução. De fato, eu não temo a Participação Popular... O que eu repudio é a manipulação popular através do emprego retórico e fascinante de que o poder das decisões pertencerá sempre ao povo... (que é liderado por psicopatas a quem eles passam a amar por pura carência masoquista!).

2 comentários:

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