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Redução de Veradores em Birigui vai para o vinagre

Voltei a Câmara Municipal de Birigui apenas por uma mórbida curiosidade, afinal, já antecipava o resultado da sessão. É muito ruim quando um eleitor já não se surpreende com seus representantes. Ainda vou aguardar as apurações da Câmara quanto ao comportamento dos vereadores Wlademir Antônio Zavanella e Roberto Merino Garcia, o Paquinha, antes de realizar algum registro. Vou focar minha atenção nos discursos proferidos para justificar um pedido de adiamento para apreciação do projeto que previa a redução do número de vereadores do município de 17 para 11. O projeto só voltará a ser discutido em agosto e isso anula sua influência para as eleições deste ano. Três argumentos embasaram os discursos dos edis nesta noite e eu vou me dedicar a cada um deles.

Princípio da Economicidade
Invocado pelo vereador Paquinha como uma das mais importantes razões para não se reduzir o número de vereadores, a suposta economia que poderia existir, ou não, reduzindo o número de cadeiras pode até estar entre os rumores nas redes sociais, mas nem de longe chega a ser um motivo para que os eleitores protestem contra o número de 17. Sou munícipe e eleitor crítico e para mim pouco importa se a Casa Legislativa da cidade possui 9 ou 43 vereadores. Não é o custo que incomoda aos cidadãos. Tenho certeza de que a população não protestaria se a casa custasse dez vezes mais e esse custo fosse revertido em realizações, cujo retorno removesse a cidade da mediocridade em que está atolada. Houve um tempo em que Birigui crescia 42% mais do que sua vizinha, Araçatuba, e há um par de décadas amarga uma insignificância regional, mesmo sendo mais favorecida do que as outras da região. As únicas coisas que realmente cresceram em Birigui nos últimos anos foram as necessidades de seus habitantes. Todo o resto, como a qualidade de vida e renda caíram. Há quem comemore algumas glórias, porém, são patéticas se considerarmos o potencial desperdiçado pelo município de se tornar uma grande liderança regional em vários aspectos. Reconheço alguns avanços, mas para cada um, há pelo menos três retrocessos e isso pode ser confirmado bastando uma crise qualquer. Observem a Saúde, a qualidade do emprego na cidade e na construção da renda.

Influência ou Manipulação do Executivo
Que que há! Até parece que os edis acham que a população não sabe somar dois mais dois! O Pastor Reginaldo alegou que sua convicção aumentou contra a redução por que o vereador Paulo Roberto Bearari o fez recordar alguns episódios onde ocorreram certas manobras de manipulação por parte do podeexecutivo da cidade. Alegaram que prefeitos já se aproveitaram do número reduzido de vereadores para conseguir "comprar" votos e atrapalhar os trabalhos da casa. Mais de um recorreu a depoimentos alegando influências do prefeito do turno. Isso é incoerência! Para justificar algo contra a opinião da população recorrem ao discurso do "isso é do jogo". Ora! Ninguém deseja uma Câmara submissa a um prefeito, tanto quanto não quer um prefeito engessado por uma Câmara! Tenho boa memória e recordo de situações onde vereadores manobravam também para ter o prefeito de joelhos. Além do mais, isso irá sempre ocorrer sendo 9, 11, 17 ou 43 vereadores. Os tais representantes irão sempre se alinhar aos seus interesses partidários e, vez ou outra, irão entrar em conflitos com o executivo ou não. Isso, na maioria das vezes, nada tem a ver com os interesses da população. Além do mais, vereador filho da puta mal eleito irá existir seja qual for o número. Há outras maneiras de proteger o legislativo desse tipo de gente e chama-se Justiça! Onde estão as denúncias e os procedimentos da Casa contra eles. Os edis nobres e ilibados que mencionaram os fatos sem citar os nomes não têm pinto para denunciá-los e expô-los à população? Ou é apenas jogo de cena para encobrir sua incapacidade de vencer no jogo ou no argumento?

Representatividade
Isso já é uma piada de mal gosto. Nem vou discorrer sobre o Quociente Eleitoral e o Quociente Partidário. Já fiz um vídeo sobre isso e está logo abaixo. Como eu disse, como eleitor, não vejo problema se a Câmara tiver 11 ou 111 representantes. O problema é que o jogo como está sendo jogado favorece apenas que a Casa Legislativa de Birigui seja mais lotada sem nenhum acréscimo de qualidade alguma. É claro que o problema está no eleitorado, mas não vejo nenhum vereador engajado em melhorar isso. Ouvi o discurso presidente do PRB  só confirmei o que já espero do comportamento de cada legenda nessa eleição de 2016. Ninguém está preocupado com representatividade e sim com o número de candidatos que cada legenda pode inscrever para o pleito e, desse modo, sonhar com a conquista de uma cadeira na Casa. Como um sistema que permite a eleição de um candidato com metade dos votos de outro que não foi eleito pode ser representativo de fato? Espia só! Se um candidato recebe mil votos ele representa mais pessoas do que um que recebe quinhentos. Só que se o segundo optou pela legenda "certa", os quinhentos votos de diferença não significam nada! Mas, "isso é do jogo", eles dirão... Sendo assim, para o lixo com esse argumento de merda. Digam logo descaradamente por que desejam ser vereadores e não venham com esse papo furado de representatividade.

Em resumo... Como o projeto não terá mais efeito para estas eleições, não se preocupem senhores e senhoras vereadoras. Podem remover o projeto da pauta e não gastem o seu tempo e o nosso. Para 2020 não fará a menor diferença se forem 11, 17 ou 100. Já sabemos que, de fato, nenhum de vocês nos representa mesmo. Durante a sessão passada, decidi gravar um vídeo expondo a mentira por trás desses argumentos. Se tiverem interesse, compartilho-o abaixo.

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