O que o Brasil pode esperar com a eleição de Bolsonaro?

Antes de mais nada, petista é o garaio! Eu batia no PT (e muito), enquanto todos vocês pagavam um pau para o messias que está preso. Minha aposta na derrota de Jair Messias Bolsonaro nas eleições de 2018 se baseava numa certeza muito simples: bastava deixar que ele falasse durante a campanha. Seus discursos seriam expostos e sua incapacidade para exercer o cargo ficaria evidente. Uma facada e a decisão estratégica do candidato de recolher-se ao mundo virtual derrubou meu prognóstico e garantiu seu posto no andor... (andor mesmo, onde ficam as imagens sacras carregadas sobre os ombros dos fieis).

Não tenho dúvidas de que o messias está carregado de boas intenções, mas estas não garantem milagres. Os seus fieis ainda resistirão a dar o braço a torcer e isso ainda durará um tempo, mas não muito. Basta perceberem que o messias não faz milagres e que tudo continuará como antes. É mais do mesmo outra vez! Ocorrerão avanços, disso não tenho dúvidas, mas isso também aconteceu no governo Collor, FHC, Lula e Dilma! Quanto ao que realmente conta e que o país precisa de fato, ah, isso sim... Continuará a mesma bosta!

O messias eleito nem assumiu o governo e já teve de recuar em uma dúzia de ilusões que prometia na internet. Os recuos foram bons, não é esse o ponto. O problema é que ele sempre fala antes de refletir e analisar cada merda que sai de sua boca. Ele tem razão quanto a sua declaração sobre o programa Mais Médicos? Não há dúvida disso. Tenho artigo escrito desde o início do programa registrando a mesma coisa. O detalhe é que ele não é mais um mitador das redes sociais, é o presidente eleito de uma nação e deve conter suas palavras e atitudes e lidar estrategicamente com suas decisões. Ou seja, destrua o formato do programa, mas antes consolide outro melhor e implemente gradualmente para não prejudicar justamente os que mais necessitam... Os pobres!

Até o momento o que se constata é que esse novo governo que ainda não se iniciou não tem a mínima ideia do que fazer. Bolsonaro arrancava gritinhos de bonsonetes quando prometia bobagens e ilusões nas redes sociais. Prometeu a fusão da Agricultura com o Meio Ambiente, pura besteira e teve de recuar. Falou em extinguir o Ministério do Trabalho sem nem pensar em como realizar isso e teve de recuar. Insistiu numa reforma da Previdência ainda neste ano, coisa irrealizável e inócua, sendo obrigado a recuar novamente. Anunciou a ineficaz divisão dos recursos do leilão do Pré-Sal com estados e municípios, sem orientar a promoção dos ajustes necessários, o que fatalmente levará a nada.

Não só o messias tem problemas com a boca e com os pensamentos. A equipe que vai montando também revela que os quatro primeiros meses de mandato serão, no mínimo, engraçados... Ainda falarei de cada um de seus apóstolos em outro artigo. Faço prognósticos, sim, não como analista ou cientista político (que erram mais do que eu!), mas como eleitor e cidadão ciente do volumoso cilindro que segue firme em direção ao meu fiofó devido a decisões que discordo, mas me vejo obrigado a me submeter devido ao jogo da democracia.

Acerto com muito mais frequência, não por que sou phoda!, mas por que presto atenção. Toda previsão está subordinada a eventos previsíveis e, não obstante, condicionada a alterações, caso ocorram "facadas" inesperadas. Minha visão de que a boca e a cabeça do messias são seus piores adversários ainda há de se confirmar nesse primeiro ano de mandato... Porém, nesse caso a Inês está morta. Respondendo a pergunta do título: a mesma coisa que teve nos últimos 30 anos.