Últimos Artigos
recent

Telexfree opera em sala alugada nos Estados Unidos

Suposta sede da Telexfree nos EUA - Um Asno
Suspeita de ser a maior pirâmide financeira da história brasileira, a Telexfree está afundada em contradições. Ela tem registro de microempresa no Espírito Santo, mas movimentou bilhões em só um ano. Alegava ter seguro da Mapfre para garantir os investidores (veja o vídeo), mas foi desmentida pela seguradora. E em seu site se diz uma multinacional sediada nos Estados Unidos, mas o endereço é um escritório virtual, literalmente: a bilionária companhia só tem direito a uma cota de cinco reuniões por mês em uma sala alugada em sistema de rodízio a várias empresas, entre elas a nanica K&C Cleaning, microempresa americana de faxina doméstica.
 
A Telexfree se diz fornecedora de serviços de telefonia VoIP – ligações pela internet. Em um ano saltou de desconhecida a empresa com 1 milhão de investidores, gente que supostamente “divulga” a empresa, mas que pagou em alguns casos mais de R$ 100 mil para isso. Segundo o Ministério da Justiça, da Fazenda, Ministérios Públicos e Procons de oito Estados, não há vendas e sim da adesão de novos investidores – se o fluxo de adesões parasse, ela quebraria, o que caracteriza a pirâmide, um crime federal.
 
Em seu site, a Telexfree exibe uma foto do suposto fundador da empresa, James Merrill, à frente de um edifício que pertence à Regus, multinacional especializada em escritórios virtuais, aluguel de salas em rodízio. Na legenda da foto, a Telexfree induz o visitante do site a entender que é dona de todo o prédio: “Sr. Merrill em frente à sede da Telexfree nos EUA.” A Regus aluga o endereço da Telexfree em rodízio para qualquer interessado, basta haver vagas no mês. Mas essa é só uma das contradições. Em junho passado, após a Telexfree ser suspensa pela Justiça, o diretor de Marketing da empresa, Carlos Costa, gravou um vídeo para defender a companhia e afirmou que ela teria seguro da Mapfre para cobrir seu risco financeiro.
 
No dia seguinte, a seguradora desmentiu a informação. Nessa quinta-feira (25), advogados da Mapfre foram ao Ministério Público do Acre e voltaram a negar relação comercial entre ambas. Os investidores da Telexfree são apelidados de divulgadores. Desde a suspensão, eles têm sido agressivos em defesa da empresa e há dois dias bloquearam os acessos ao Aeroporto de Brasília. Em entrevista ao Jornal do Commercio, a promotora Alessandra Garcia Marques, segunda ameaçada de morte desde o início da briga judicial, conta que restringiu sua rotina às idas e voltas entre o trabalho e sua casa. “A situação é trágica. Há pessoas humildes que só queriam melhorar de vida e investiram tudo. Por isso entramos na Justiça para tentar o reembolso dessas pessoas”, afirma.
 
As investigações apontam para uma movimentação bancária de bilhões de reais, bem além dos R$ 500 milhões em bens bloqueados na Justiça. A Telexfree, em nota, diz ter um laudo que comprovaria sua viabilidade financeira. Ela nega ser uma pirâmide financeira e reclama ter sido tratada “de forma violenta” na Justiça.
 
DEVOLUÇÃO - Nessa quinta-feira, a primeira instância da Justiça do Mato Grosso, na Comarca de Rondonópolis, determinou que a Telexfree devolva R$ 101 mil ao advogado Samir Badra Dib, que investiu o dinheiro no dia em que a empresa foi suspensa na Justiça.
 
Fonte: Jornal do Comércio de Pernambuco

Um comentário:

1 - Qualquer pessoa pode comentar no Blog “Um Asno”, desde que identifique-se com nome e e-mail.
a) Em hipótese alguma serão aceitos comentários anônimos.
b) Não me oponho quanto à reprodução do conteúdo, mas, por uma questão de responsabilidade quanto ao que escrevo, faço questão que a fonte seja citada.

2— Não serão aceitos no Blog “Um Asno” os comentários que:
1. Configurem qualquer tipo de crime de acordo com as leis do país;
2. Forem escritos em caixa alta (letras maiúsculas);
3. Estejam repetidos na mesma ou em notas diferentes;
4. Contenham insultos, agressões, ofensas e baixarias;
5. Reproduzam na íntegra notícias divulgadas em outros meios de comunicação;
6. Contenham links de qualquer espécie fora do contexto do artigo comentado;
7. Contenham qualquer tipo de material publicitário ou de merchandising, pessoal ou em benefício de terceiros.

Tecnologia do Blogger.