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O Fascínio Bolsonarista pelo Abatedouro

Manifestações do dia 7 de Setembro - Blog do Asno

O gado mais uma vez marcha célere para o abatedouro. Não se sabe ao certo que instinto ou força natural o leva submisso pelo corredor da morte, mas é isso... Já havíamos iniciado nossa caminhada resoluta na direção do açougue desde o experimento com a eleição do Partido dos Trabalhadores.

Desde a redemocratização do Brasil fomos empurrados para o interior de tubos de ensaio em um laboratório macabro com nossas vidas por que consideramos mais fácil escolher representantes a partir de nossos estômagos do que com a nossa capacidade de ruminar sobre a competência deles.

Nós mesmos patrocinamos e alimentamos o atraso recorrente que sempre penhora nossas esperanças de conquistar o estado de nação que poderíamos ser. Parece até que é o destino das nações sul-americanas só que nossa transformação nunca é de uma lagarta para uma borboleta e, sim, da borboleta para o estercorário.

Quando o povo imbecilizado pela desinformação exige a extinção das instituições democráticas da forma como assistimos no coroamento desse período nos últimos três anos, na verdade ele proclama a extinção da sua própria capacidade de civilização.

Quando indivíduos se manifestam resolutamente contra conceitos que eles próprios ignoram sem nunca se aprofundar e refletir sobre os seus significados, o que temos é uma transformação cultural em curso. Só que não é uma transformação positiva. Outras nações experimentaram isso e não acabou bem para elas.

Nem sempre as transformações são boas. Aliás, quem disse que revolução é sempre para algo melhor? Lembrem-se do Bolivarismo. Onde predomina o que veio a se tornar o bolivarismo também há os que defendem e protegem os peçonhentos governantes.

Bolsonaro não é um falso profeta, como alegaram algumas "autoridades" da oposição na segurança de seus cargos sustentados com o espólio de nossos sacrifícios. Nem de longe! É apenas um maníaco ou sociopata qualquer. Mas ele age como o próprio anticristo bíblico que, querendo destruir toda a obra da cristandade, seduz seus fiéis se apresentando como o próprio salvador!

Eu escrevi que ele jamais seria presidente do Brasil e de certo modo acertei! Se elegeu a presidente para ser o deputado que nunca foi em 28 anos de mandato... E ainda assim, cativa mais fiéis agora do que nas últimas três décadas!

Nesse período onde a sensatez se fez escassa assistimos estarrecidos ao empenho de algumas pessoas que tentaram proclamar uma espécie de revolução contra algo que eles chamaram de antiga política sem nunca terem entendido de fato o que vem a ser a Política! Palavras fortes e de grande significado foram elevadas em seus discursos como flâmulas sagradas. Foi assim com a palavra Liberdade.

Revoluções são sempre proclamadas em nome da liberdade. Mas, do homem comum, o homem simples, que está mais ocupado com a sua própria sobrevivência, esta é a primeira coisa a ser sacrificada. Este que foi mais uma vez bestializado é quem engrossou filas em caminhões que transportam ossos e quem cozinha sua ração com madeira porque não há mais condições para adquirir o gás de cozinha.

Mesmo assim, como em todos os tempos e em todas as revoluções sempre houve e haverá aquele do povo, pessoa comum também, que defende os que se qualificam como revolucionários e os algozes defendidos por eles.

Em todo o caso, os tais revolucionários hipócritas que incitam o povo estão sempre seguros sob o escudo dos corpos inocentes que acreditam neles. Eu que não acredito sou compelido a abandonar a esperança de que verei meu país convertido na terra prometida para os seus patriotas.

Já são quase vinte anos sendo odiado e atacado por simplesmente discordar de nosso sistema eleitoral, primeiro contra a ideologia maniqueísta dos supostos salvadores petistas e agora pelos supostos defensores dos valores da família.

Independente do tirano que escolhemos para cavalgar nossas costas já surradas, o modelo de espoliação será sempre o mesmo. Impostos volumosos para sustentar o estilo de vida opulento de gente medíocre enquanto não somos assistidos pelo mínimo proporcional ao que contribuímos.

Nossa miséria é sempre confiar em gente imprestável para nos conduzir a um caminho que já conhecemos e, novamente sempre haverá os defensores de qualquer regime parasita que nos sobrevier. Foi assim em todos os tempos... Sempre houve os que se aliaram aos opressores. Onde nos tornamos diferentes dos subjugados venezuelanos?

Olhem para o passado! O que se diz a respeito dos pobres coitados que derramaram o seu sangue para que poucos ilustres pudessem ter os seus nomes lembrados através da história como os verdadeiros patriotas e "pais da liberdade".

A história é a mesma em todas as datas... Os mais jovens são sempre os que primeiro se embriagam e se iludem com o cheiro do sangue revolucionário e se lançam rapidamente na pira da insanidade muito antes de se tornarem sábios.

Mais um pleito se aproxima e, de novo, as opções são medíocres e o futuro prometido mais uma vez se afasta. Não porque não existam líderes entre nós, mas porque nossa vocação para escolher o errado não muda com as revoluções.

Eu, pessoa comum enclausurado na minha masmorra democrática, só desejava viver em um mundo onde ninguém fizesse escolhas erradas por mim. Para isso eu mesmo teria essa competência!

O que resta a pessoas como eu quando o horizonte histórico revela que a aurora de 2023 será tal como a de 2019, 2011, 2003, 1995, 1992, 1985 e assim por diante...

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