A Privataria e a PilanTragem
Hoje será anunciado pela presidente (é, eu ainda continuarei
utilizando presidente ao invés de presidenta), Dilma Rousseff um pacote de
concessões para duplicar 6 mil quilômetros de estradas, um dos principais,
senão o principal, gargalos da infraestrutura no país. Minha memória às vezes
me trai, daí que tenho de revirar arquivos e jornais velhos para encontrar o
que passa despercebido pela grande maioria. Em São Paulo vi um exagero
de materiais publicitários questionando, contestando, criticando e até caçoando
dos projetos do governo estadual. Material, obviamente produzido pelo PT e com
dinheiro público! O Partido dos Trabalhadores figura entre os primeiros no
ranking de cassações, junto com DEM, PMDB, PDT e PSDB. Porém, bater em partidos
aliados não é conveniente, resta então, atacar o estado com os melhores índices
do país. Sou paulista, lógico que vou defender meu território! Já se fez de
tudo em nome de um número pífio e sem significado prático para a população: a
famigerada popularidade. Critérios
para se definir o índice de popularidade são muito complexos e envolvem fatores
que não desperdiçarei meu tempo para discorrer, porém, não significa em
hipótese alguma que a pessoa que detém alto índice de popularidade tenha alto
índice de acertos.
No dia 9 de outubro de 2007, enquanto era chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, lançou o seu “modelo de privatização” de estradas
federais. Chegou a ser chamado de um episódio da mais alta competência e
triunfo sobre os interesses da “privataria”. Naquela época, foram leiloadas as
concessões para sete estradas (2,6 mil km). O PT comemorou a comparação do
valor por percurso onde no estado governado pelo PSDB ficaria em torno de R$
10, na grande sacada petista custaria apenas R 2,70. Acusaram que na gestão
tucana luvas eram pagas e isso elevava os custos desnecessariamente, o que não
ocorreria com a gestão do PT. A celebração, como tudo na gestão petista, veio
muito antes de se lançar o primeiro tambor de piche!
O PT tem grande experiência com marketing e sabe como
ninguém mostrar progressos, mesmo com o fracasso escandaloso estampado na fuça
de todos os brasileiros.
Eu sei a grande perda de tempo que é escancarar as
mentiras que mascaram a maravilhosa “competência administrativa” do PT. A gente
ganha no debate, mas nunca leva! Vou resumir o que virou daquele programa
maravilhoso iniciado enquanto Dilma estava na Casa Civil, segundo Dimmi Amora da Folha de São Paulo de hoje (aliás,um dos jornais golpistas, segundo
o PT).
(…)
O último grande pacote de concessões de rodovias foi licitado em 2007, com contratos assinados em 2008 que previam investimentos de R$ 945 milhões (R$ 1,2 bilhão em valores atualizados) em270 km de obras de
duplicação e construção de estradas. Essas obras deveriam estar concluídas até
o início de 2013, mas nenhuma ficará pronta no prazo. Até fevereiro, apenas
pouco mais de R$ 100 milhões haviam sido gastos nos projetos.
O último grande pacote de concessões de rodovias foi licitado em 2007, com contratos assinados em 2008 que previam investimentos de R$ 945 milhões (R$ 1,2 bilhão em valores atualizados) em
Entre as obras, está a duplicação do trecho da rodovia Régis
Bittencourt (SP-PR) que passa pela serra do Cafezal. Dos cerca de 30 quilômetros
previstos, pouco mais de 6 estão prontos e a previsão agora é que a obra só
esteja concluída em 2015. Do total de investimentos programados, só foram
executados cerca de 17%. Dos 8 grandes projetos, 5 nem começaram, como é o caso
do contorno de Florianópolis na BR-101/SC.
(…)
Há avaliações diferentes para o motivo do atraso. No mercado, a informação é que as vencedoras dos leilões de 2007 ofereceram pedágios muito baixos e não têm dinheiro para realizar as obras. Vencedoras e governo alegam que os problemas foram licitações com projetos mal elaborados, que geraram mudanças e problemas com o licenciamento ambiental.
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Há avaliações diferentes para o motivo do atraso. No mercado, a informação é que as vencedoras dos leilões de 2007 ofereceram pedágios muito baixos e não têm dinheiro para realizar as obras. Vencedoras e governo alegam que os problemas foram licitações com projetos mal elaborados, que geraram mudanças e problemas com o licenciamento ambiental.
Seja com quem estiver a razão, o governo não apresentou uma
solução para os entraves antes de lançar hoje o pacote batizado provisoriamente
de Programa de Investimentos em Infraestrutura.
O plano, que pode atingir, em cinco anos, entre R$ 120 bilhões e
R$ 130 bilhões, prevê a concessão de quase 8.000 quilômetros
de rodovias — 5.700 a
serem duplicados — e mais de 8.000 quilômetros de ferrovias.
Nenhuma das estradas previstas no plano tem projeto executivo
pronto, e o governo manterá o menor pedágio para escolher o vencedor. A Agência Nacional de Transportes Terrestres informou que aumentou
o prazo inicial de obras em suas novas concessões.
(…)
Minha Vez...
O governo petista passará os próximos dois anos falando dos tais
R$ 120 bilhões como se realidade já fosse, mantendo o mesmo padrão de seu
antecessor que a zero acrescenta o dobro! Aconteceu com quase todos os
programas, mas a popularidade continua em alta. Ao que foi proposto no passado por Dilma e
que não avançou em todos esses anos, adiciona-se a promessa de que será feito
um volume maior em menor espaço de tempo e ainda mantendo a promessa de pedágio
com valor baixo. Parece a cascata de Lula que prometeu 1 milhão de casas para o
Minha Casa, Minha Vida, que Dilma prometeu acrescer de mais 2 milhões e até
hoje não chega a 500 mil unidades. Sou usuário, tanto de rodovias federais,
quanto estaduais, e já conheci muitas. Ainda proclamo o modelo paulista o
melhor do Brasil.
O pedágio paulista é caro e os petistas o classificam de
privataria, o dos petistas é baratinho, mas não sai do papel, a isso chamo de
PilanTragem. Um governo popular não significa que não seja ruim.
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