Aline Casagrande é uma cidadã plena e isso lhe confere autoridade

Na última sessão da Câmara Municipal de Birigui, se houve uma autoridade desacatada foi a autoridade da munícipe Aline Casagrande que assumiu a Tribuna Livre para falar em defesa dos servidores públicos da cidade. A certa altura, e não sem razão, a cidadã apresentou leves críticas a atuação politiqueira de alguns vereadores, sem dirigir ou ofender diretamente a ninguém. Aline incluiu em sua fala um desabafo contra a decisão dos vereadores de recuperarem os seus assessores em um momento em que todos deveriam buscar um controle maior sobre as despesas que recaem sobre os combros dos contribuintes. Sua fala foi interrompida de maneira nervosa pelo vereador Paquinha e o presidente da Casa terminou cassando a palavra da munícipe sob a alegação de que a mesma não estaria respeitando o tema proposto.

Como diria Jack, o estripador, vamos por partes! A Tribuna Livre é um espaço destinado a participação de munícipes segundo regras criadas, obviamente, pelos vereadores que interesse algum possuem em dar voz de fato aos seus eleitores. Já há movimentação entre os vereadores para tornar o uso da Tribuna ainda mais restrito. Já existe um grande desinteresse por parte da população em usar tal direito e isso se deve ao grave cenário de descrença que nutrimos contra os políticos profissionais.

Os políticos já tentam de todas as maneiras censurar a manifestação de opinião daqueles que os alçaram a condição de representantes nas ditas redes sociais e, felizmente, sem sucesso. Agora também pretendem exercer esse autoritarismo no mais nobre dos instrumentos já criados para simbolizar a democracia, o uso da Tribuna. Os munícipes de Birigui já são desrespeitados na maioria das vezes quando aqueles senhores decidem claramente contra os seus interesses e, para piorar, não querem que em sua "casa", os eleitores tenham espaço para criticá-los. Bem, são eles que fazem as regras e somos nós os responsáveis quando eles nos afrontam. Nós os colocamos lá!

A Tribuna é o lugar mais nobre dentro de uma casa legislativa e, não raro, serve apenas para que políticos sem qualidade a utilizem para fazer proselitismo partidário e propaganda descarada para padrinhos políticos. É um tal de agradeço ao deputado tal, pago um pau para o deputado qual e não me canso de bajular o deputado fulano que até irrita por que a maioria de nós sabe muito bem o que isso significa. Se nossos parlamentares trabalhassem do modo como devem trabalhar não teríamos necessidade alguma de dependermos de favores individuais. Há gente que defende com unhas e dentes um determinado vereador ou deputado por que apenas através dele foi capaz de conquistar alguma divina graça como uma cirurgia ou um encaminhamento qualquer. Repito! Se trabalhassem de acordo, essa humilhação não seria necessária a ninguém.

A atitude de Aline Casagrande, sim, representa a maioria dos descontentes com o jogo político clássico. A fala de Paquinha só demonstra o tipo de política que não interessa ao bem de nenhuma sociedade, senão, a promoção partidária de aliados do turno. Paquinha tentou desqualificar a oradora afirmando que nunca a teria visto pela Câmara. Isso quer dizer o quê, cara pálida? A Câmara não foi construída apenas para visita dos parça que, sem merecer, recebem abundantes elogios por sua presença na sessão. Ainda vou tratar melhor sobre as famigeradas emendas parlamentares que nossos nobres edis apresentam a nossa sociedade como uma graça divina, mas que não passa de uma trapaça política.