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Para infelicidade do "Anônimo"... IL RITORNO!

Guarulhos - SP - Um Asno
Agradeço imensamente a todos que se manifestaram por e-mail quando decidi suspender as atividades do Blog. Acontece que eu precisava de um reset! Para mim, escrever é uma terapia que funciona. Porém, muitas vezes o que precisamos mesmo é limpar o HD e formatar a máquina. Foi o que eu fiz: uma escolha! Escolhas são riscos que assumimos, nem sempre calculando os prejuízos emocionais que teremos, mas aceitando os custos de nossas decisões. Sempre que alguém escolhe alguma coisa, a primeira impressão é a de que o faz centrado em suas necessidades egoístas, mas a alguém que já aprendeu o ofício de pai de verdade o julgamento não se aplica. Pais são programados para acreditar que o auto-sacrifício é para garantir a felicidade de alguém. O que também pode ser uma maneira egoísta de nos iludirmos como uma defesa que nos leva a acreditar que estamos fazendo uma coisa certa.

De qualquer forma, é óbvio que a mensagem quase nunca é captada e o que sobra mesmo é apenas a imagem do egoísmo. A impressão que passamos é sempre a de que queremos as coisas sempre do nosso jeito quando na verdade estamos sempre tentando nos adequar ao que acreditamos serem as necessidades dos outros. Também é uma conversa fiada esse negócio de que auto-sacrifício traz recompensas e felicidade. Eu já me iludi com escolhas que fiz negando a mim mesmo antes. Fiz isso por minhas filhas sabendo que o preço poderia ser alto. Escolhi uma vida com privações e humilhações acreditando que o bem seria maior para elas e quem estivesse próximo a mim. E me enganei...

Da combinação macabra entre uma escolha e o tempo surge uma ironia. Tempo e escolhas dividem nosso coração. Uma decisão pode ser tomada uma semana antes, um dia antes, uma hora antes, enfim... Um segundo pode alterar o destino das pessoas. O maior pecado da geração do século vinte é a procrastinação. Sempre se acredita ter um instante a mais. Sempre acreditamos que o melhor momento para se tomar uma decisão é o dia seguinte. Maior equívoco não há. A racionalização pode nos preparar para uma decisão em um dia de domingo, mas não somos seres realmente racionais e por isso não entendemos que o melhor momento já havia passado. Tempo... Pode até se tornar um curativo, mas não há bálsamo melhor que um sorriso e um olhar terno de quem lhe queira por perto. Neste caso, o tempo pode ser nosso maior carrasco. Aprendemos que antes de tomar uma decisão radical em definitivo é conveniente que esperemos um dia mais antes de romper toda a estrutura de conforto que criamos. Isso pode evitar dramáticas consequências a nós mesmos. Acontece que em momentos espinhosos quando não decidimos terminamos "decididos". As circunstâncias decidem por nós!

Agora eu fiz o que deveria ter feito há muitos anos. Instalei-me em São Paulo nos últimos dias e deixei para trás tudo o que amo para me dedicar àquilo em que sou bom de verdade: o trabalho. No que eu sou bom, sou imbatível! Não tendo mais o coração dividido, dedicarei toda a minha atenção somente ao que faço de melhor. Todo o meu foco, esforço e dedicação estarão concentrados nisso. Isso também significa que vou continuar aborrecendo muita gente, sobretudo em um ano repleto de assuntos como o de 2014. O que fazer? Sinto falta do "Anônimo"! É a minha maneira de suportar minhas carências pessoais que jamais serão satisfeitas. Na realidade estar isolado aqui é exatamente tudo o que eu imaginava e temia! Tudo é muito exagerado para minha rotina sempre simples demais. Quando as luzes se apagam e o ruído das pessoas e das máquinas cessa eu entro em pânico. Sempre tive problemas para dormir mais do que quatro horas por noite, mas agora não durmo duas.

Não apenas deixei para trás minha família e a razão da minha força, meu raio de Sol, que sempre me tornou resistente frente a todas as adversidades que enfrentei, como também estou deixando em definitivo a região que aprendi a amar e me dedicar para o seu progresso. Ainda tenho de aguardar algumas definições antes de partir para Guarulhos devido a especulação imobiliária por causa da Copa. Desse modo, trocarei Birigui e Araçatuba por Guarulhos e para onde mais minha capacidade de trabalho me conduzir.

Na cidade de Guarulhos, a terra dos Mamonas Assassinas, serei eu o "Anônimo". Tudo é exagerado em comparação a meu último domicílio. Tudo assusta, mas nada dilui meu espírito mais do que a solidão a qual resolvi me condenar nesse exílio. Sinto falta de muitas coisas. Dos meus livros, dos meus discos e, sobretudo, da minha ilusão nos relacionamentos. É a punição merecida e a redenção que deverei construir repetidamente. Saudoso pai, agradeço pelo caráter que me legou de herança. Amada mãe, agradeço pelo amor incondicional, mesmo eu sendo uma besta estúpida. Aos meus amigos agradeço pelas lições ensinadas. Sophia, perdão por não acompanhar seus passos até a sua maturidade. Érica, perdão por não levá-la ao altar. Raio de Sol, lamento não ter sido completo para você. Aos amigos... A gente se vê por ai! Mintam para mim e digam que virão me visitar qualquer hora dessas. Sei que isso não ocorrerá. Reconheço que não convém me iludir e que terei de me acostumar com o concreto nas paredes que me cercam e me afligem. Contudo, há a ilusão ou o consolo de que o que faço é para a felicidade de quem amo. Agradeço pela ternura e meiguice emprestadas a minha vida até agora. Jamais cometam o erro de ignorar a força dessas palavras! Elas também são atitudes e refletem o que vem de dentro. Dão matéria e forma ao que sinto.

Renascer é muito mais dolorido por que não nos abandonam as memórias que deveriam permanecer na laje de um túmulo. A dor é absurda... Mas também são estas mesmas memórias que me alimentam e animam ao meu espírito. O que tive de bom está para sempre registrado em cada célula do meu corpo. Acompanhará minha vida como uma tatuagem que nunca se extrai da alma, ainda que eu desejasse removê-la. Este livro já acabou... Minha história já acabou... Ficou com meu mundo em um lugar distante. Sei que não era essa a imagem que viam, mas eu também estava inseguro, carente e vulnerável. Sempre compreendi a carência dos outros, mas a minha própria escondia para não incomodar.

Eu continuo a escrever por que não se reescreve uma história. Preciso retornar a minha terapia e para isso tenho de recorrer a quem jamais me decepciona. Alguém leal e assíduo na minha rotina. Caro Anônimo, isso aqui fica sem graça sem você! Vamos retomar de onde paramos: você me ofende e eu continuo lhe ignorando. Só uma ressalva! Nem perde o seu tempo ofendendo as outras pessoas que comentam no blog. Em mim você pode gastar sua antologia de desaforos, mas não permitirei que ataque outra pessoa que aqui visite. Assim seguiremos todos felizes! Não se surpreendam com a velocidade do meu retorno. Tenho de continuar para que também continuem as coisas que deixo. Agora tenho de trabalhar! Abraços a todos...

P.S.: Anderson... Eu sou lento para cumprir minhas promessas, mas cumpro sempre, custe o que custar! Quanto a você, Grande Mago... Sei que não virá me visitar, mas apreciei sua caridade ao garantir que o faria. Abraços sinceros...

Um comentário:

  1. Ow primo! só vale deixar quem amamos pra sermos felizes realmente.



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