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Um asno que apenas lê, não analisa!

Este Blog, foi ao ar exatamente às 3h45 do dia 31/03/2012. Mal apresentei meu blog repaginado e com um direcionamento mais voltado a política e já recebi alguns comentários de meus "amigos" dos velhos tempos de esquerda. Fizeram, é claro, alusão ao título do blog e a minha pessoa que está bem representada pela figura escolhida: um asnoBem, era esperada esta reação de meus antigos confrades (sim, como muitos já fui contaminado pelo discurso enebriante do esquerdismo militante), porém, antes que estes iludidos se enganem quanto a minha capacidade de decompor os fatos e formar juízo próprio, acho conveniente explicar o por que da escolha deste simpático animalzinho (muito injustiçado e humilhado atualmente) para ilustrar as intenções deste Blog.

Acontece que gosto de filosofia e na quarta parte do livro "Assim Falou Zaratustra" (Also sprach Zarathustra) de Friedrich Wilhelm Nietzsche, o asno representa um papel muito importante. Ele, o asno, foi interpretado, desde Gustav Naumann até publicações mais recentes, como sendo o símbolo de "povo". "O asno que os reis conduzem" é "o povo"; "O asno é, na Quarta Parte, o representante do povo" (Naumann, IV, p. 24 e 122). "O asno [...] (serve como ) imagem do povo, que no máximo aprendeu isto: dizer sim" (Granzow p. 57). Como podem ver, não se trata de uma afronta aleatória e sim de uma figura arquetípica escolhida conforme sua conveniência com as intenções deste Blog. Como eleitor e, obviamente inserido no contexto de povo, cumpro meu papel de asno, porém, não sem me declarar "Dubito, Cogito, ergo sum!"

O asno aparece nas fábulas de Esopo, na Bíblia e em quase todo tipo de literatura. Quase sempre de maneira pejorativa e com sentido a denunciar a tolice. Há ainda o paradoxo conhecido como o asno de Buridan, cuja ideia não foi originada pelo próprio Buridan. É encontrado na obra De Caelo, de Aristóteles, onde o autor perguntava como um cão diante de duas refeições igualmente tentadoras poderia racionalmente escolher entre elas. Buridan defendia um determinismo moral pelo qual, salvo por ignorância ou impedimento, um ser humano diante de cursos alternativos de ação devia sempre escolher o maior bem. Buridan defendia que a escolha devia ser adiada até que se tivesse mais informação sobre o resultado de cada ação possível. Posteriormente alguns satirizaram este ponto de vista sugerindo a imagem de um burro que, diante de dois montes de feno igualmente acessíveis e apetitosos, deveria deter-se enquanto pondera por uma decisão.

Uma tolice, lógico! O asno comeria os dois montes... Um após o outro! Contudo, a essência do que se pode extrair de todas as figurações do asno é que tudo deve ser precedido por uma análise, uma decomposição de todos os fatos para daí se tomar uma decisão ou formar uma opinião. Um asno é calmo, melancólico, muitas vezes submisso, mas quando recorre a sua própria natureza, torna-se indomável. Sem falar que o coice é pesado!

5 comentários:

  1. Friedrich Wilhelm Nietzsche fora um filólogo... Entre Zoroastro, Zeus e assemelhados,sou mais o asno... Mas não sou a água benta com que o padre acaba por aspergir a irritação da aristocracia...

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  2. Uau! Alguém está prestando atenção! Tô começando a gostar...

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  3. Não creio ser um asno, embora povo, outra figura talvez, pois vejo, mas ainda não encontrei a melhor defesa. Mas que fique claro, nada contra os asnos.

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  4. Símbolo de povo por filósofos historicamente reconhecidos, e considerando que o Redentor da Humanidade se serviu de um deles em demonstração pública de humildade, nada mais significativo que o Asno para representar a consciência política dos cidadãos (eleitores) na eleição de candidato competente e de passado limpo.

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  5. Nilson, gostei muito da ideia do seu blog. Sempre digo que a maioria dos "politizados" da internet são ligados a Partidos políticos. Com isso, só defendem os interesses dos Partidos deles, não os do povo (os asnos). Eu também sou um asno, que sempre posto minhas "asneiras" rsrs. Abraços

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