Um candidato jamais pode ser eleito pelo povo por um motivo ou por outro. Deve, imprescindivelmente, ser escolhido pelo conjunto de todos os elementos: suas ações fora da política, suas ações dentro da política, seu caráter, sua educação, sua capacidade de liderar e envolver as pessoas, suas qualidades administrativas, a ideologia pregada por seu partido e, sobretudo, pela coerência do candidato com essa ideologia. Durante essa campanha, tenho ouvido muita gente e perguntado sobre suas inclinações para este ou aquele candidato. Os motivos pelos quais a maioria esmagadora escolhe um candidato assusta! São convictos de que seu voto é obrigatoriamente reservado aos candidatos que os favorecem, demonstrando qualificadamente o clientelismo. O clientelismo é uma prática escandalosa que ainda perdura em nossa nação. Consiste na troca de favores e na elaboração de projetos em acordo com os favores devidos e combinados. Neste caso, os eleitores são tratados como clientes.
Infelizmente, esse mal não é culpa dos candidatos desonestos! É culpa do eleitor que troca seu voto por um favor pessoal. Já declarei o que penso sobre essa
escória do eleitorado. Uso o termo escória porque não reconheço um eufemismo mais adequado. Essa classe de eleitores, pensando apenas em sua condição umbilical, prejudicam toda a sociedade para serem favorecidos com as migalhas oriundas dos macetes na administração do orçamento que fica na responsabilidade daquele que foi eleito por esse método. Conheci outras pessoas a quem respeitei em sua atitude de receber o favor e não votar no candidato, mas ainda assim a reprovo. Grande parte dos "clientes" recebe o favor e vota contra o candidato que lhe favoreceu porque reconhece seu caráter incoerente: se ele é capaz de infringir uma lei eleitoral, como fará com as leis que regulam o orçamento que ficará em suas mãos? Contudo, se não houvessem "clientes", até os maus políticos teriam de fazer mais do que fingir um bom trabalho.
Confesso que estou cansado. Não acredito (com força), no amadurecimento do eleitorado brasileiro como um todo. Muita gente celebra a evolução da consciência deste eleitorado, porém, isso ocorre em círculos ainda inexpressivos e entre pessoas que não têm a menor inclinação para a militância e formação de opiniões (preferem se manter a distância). As pessoas se esquecem rápido do sentido de palavras como Assistencialismo, Populismo, Clientelismo, etc. Conversei também com vários candidatos para o cargo de vereador e constatei, espantado, como ainda tem gente ingênua e que se deixa usar em manobras desumanas como algumas coligações que se formaram em Birigui, minha cidade. Um dos candidatos nem possuía interesse em participar deste pleito, mas, foi insistentemente procurado até ser convencido a competir para, com seus poucos votos (média de 60 no último pleito), contribuir para o seu partido. É uma manobra desumana porque usa um volume exagerado de candidatos para garantir a eleição dos postulantes mais populares, conforme o
Quociente Partidário.

Essa eleição em Birigui já ficou caracterizada como a eleição do desrespeito, tanto aos eleitores, quanto aos aliados! O candidato certo nunca deveria usar as carências da população para, transformando-as em favores, obter votos. Seria sua obrigação, sendo eleito, trabalhar para erradicá-las de vez! Este candidato jamais poderia envolver mais de uma centena de candidatos (na verdade, cabos eleitorais gratuitos) para beneficiar apenas os prováveis vencedores. A importância desta eleição vai além da fé cega dos cabos eleitorais. Já ultrapassa os limites do desespero. Não mais se trata do melhor contra o menos ruim ou os aspirantes a carpinteiros da obra inacabada contra o status quo vigente. Trata-se da redenção da fé na democracia que está enfraquecida pelas ferramentas de marketing e estratégias eleitoreiras empregadas.
Também sou contra aquele que depois de eleito compra esse ou aquele para atingir os objetivos.
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