Reação do Governo às Manifestações de 15 de Março

O mínimo que se espera de um líder é que ele tenha a grandeza de reconhecer que fez as escolhas erradas e que tenha a magnanimidade de ouvir aqueles que são conduzidos por ele. Quanto mais arrogante for o líder, maior será a resistência de seus liderados. A prefidenta Dilma não só não teve a grandeza de fazer um pronunciamento reconhecendo a legitimidade das reivindicações de ontem, como ainda revelou-se indignada por não se sentir culpada pelo que está acontecendo. Errou novamente! Um líder sempre é o culpado! Ou então que venha a prefidenta a público e revele quem é realmente o líder por trás de suas ações e decisões. Será o Lula? Nós, os manifestantes que tomamos as ruas do país e até no exterior ontem não o fizemos por que formos financiados para tanto. Fizemos por que fomos provocados! Lula nos provocou ao convocar o "exército" sob a autoridade de João Pedro Stédile, líder do MST, a qual não reconhecemos. Dilma nos provocou ao pedir paciência enquanto ela rasgava todo o seu discurso feito durante a campanha eleitoral. A orda de jornalistas alugados pelo Governo nos provoca incessantemente ao nos rotular e desqualificar como se direitos e liberdade não nos coubessem. Um ex-presidente que vem a público e afirma que a única saída é emplacar a agenda de seu partido propondo a sua Reforma Política, cujo compromisso é com a hegemonização a qualquer preço, não só provoca, afronta!

Existe mais de uma dezena de propostas para Reforma Política no Congresso, mas a que interessa ao PT é apenas aquela que o favorece com seu manjado Financiamento Público de Campanha e a Democratização das Mídias (leia-se, venezuelização dos meios de comunicação). Qual é a garantia de que com essa reforma os maus governantes deixarão de conduzir criminosos para dirigir órgãos e empresas estatais? Qual a garantia de que não haverá o famigerado Caixa 2, prática já admitida por esse partido? O governo segue nos provocando ao demonstrar que o único estrato que conseguem retirar do episódio é que sua agenda (e não a nossa) deve prevalecer! Está mais do que evidente que esse partido, mesmo que seja removido do governo, não permitirá que outro grupo qualquer governe enquanto estiver na liderança os parasitas de agora. Resta-nos implorar que os bons petistas (sim, eles existem!), ergam-se e resgatem as boas páginas de história que o partido já escreveu. Tragam de volta a confiança que um dia os eleitores tiveram em vocês. Não temos uma crise política no Brasil... Temos uma crise de liderança!