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Afastamento do prefeito interino de Birigui. E agora José?

Paulo Roberto Bearare - Um Asno
O poder tende a corromper... Aliás, nem é do poder real que estou falando! Trata-se de uma fantasia, um fetiche absurdo concebido na ilusão do poder transitório outorgado por um mandato eletivo e suas consequentes indicações. Algo que está longe do interesse dos Josés e das Marias! Faz nove meses que Birigui tem prefeito, não tem prefeito. Caminhamos para o terceiro prefeito em apenas um ano. Caramba! Costuraram o nome da cidade na boca de um sapo! Espia... Escrevi que o retorno de Pedro Bernabé (prefeito de Birigui cassado por compra de votos), seria improvável (bastava ler o processo). Tomei paulada! Vou tomar mais uma! Cada vez que escrevo o que penso passo ao menos quatro meses sem um mísero contrato comercial, mas fazer o que... São coisas que não consigo controlar!

O que está acontecendo com a cidade? Uma análise superficial nos levaria a supor que se trata de um processo de amadurecimento político local, já que tivemos uma cassação devido ao asqueroso hábito do comércio de votos e agora temos um afastamento devido a uma suposta crise de objetividade e eficiência com o dinheiro público. A meu ver é justamente ao contrário! Não tivemos um prefeito cassado por que comprou votos. Ele comprou e teria realmente que ser cassado fossem 1500 ou apenas um, mas quem fez a denúncia não foi um munícipe consciente de que os valores políticos não podem ser atropelados por um vício tão degradante e sim, pelo adversário derrotado. Nem adianta me xingar, todo mundo sabe que o outro também comprava! Agora temos o afastamento do prefeito interino que assumiu em virtude de ser o presidente da Câmara Municipal. Ocorre que a denúncia também poderia ter partido de qualquer munícipe, mas veio do ex-secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura, que foi exonerado do cargo (por duas vezes!) pelo prefeito substituto.

Como diria um sábio poeta americano: Oxente! Só eu acho isso exótico? Quanto tempo ainda marcharemos até que a população deixe de ser liderada (alguns preferem a palavra "representada"), por pessoas medíocres, hipócritas e psicopatas? Quando foi que tivemos um líder (representante) abnegado e comprometido realmente com o desenvolvimento de cada indivíduo respeitando seus limites para esse mesmo desenvolvimento? Entra eleição, sai eleição e continuamos pagando taxas altíssimas para termos uma dignidade que não temos e não teremos porque aqueles que elegemos nossos representantes (líderes), estão mais envolvidos com um joguinho de poder do que com o que os cidadãos realmente se preocupam. Todos são fantásticos... nos discursos, na oratória e na ênfase das palavras, mas no que diz respeito aos anseios dos eleitores mesmo... Fazem tudo parecer correto e dentro das regras convencionadas, mas na realidade é um circo onde se oferece panis et circenses, tal como na Roma antiga.

A Câmara de Birigui decidiu na noite desta terça-feira (17), afastar por 9 votos a 6 o prefeito interino Paulo Roberto Bearare (PT) acatando a denúncia de "possível falta de decoro", "possíveis infrações político-administrativas" e "omissão e ineficiência", enquanto ocupava o cargo de presidente da casa legislativa. Não houve absolutamente nada de errado no rito da casa ontem. A Câmara apenas seguiu seu próprio regimento e o fez de maneira transparente. Já havia certa movimentação nesse sentido na casa, mas provavelmente nunca chegaria ao conhecimento da população o resultado. Com a denúncia, a Câmara foi obrigada a seguir apenas o que estabelece a lei. Mas... Se Glauco Peruzzo Gonçalves, autor da denúncia, não tivesse sido demitido por Paulo Bearare (duas vezes!!), quando este veio a substituir o prefeito eleito (e cassado), tal denúncia teria sido protocolada na Câmara? Qualquer munícipe poderia ter protocolado a denúncia, mas esse "qualquer" teria se manifestado? Por outro lado, a investigação interna da casa teria prosperado com mais celeridade, rigor e imparcialidade, caso não houvesse a denúncia?

O problema todo é de conhecimento público. Tem a ver com a mudança para o novo prédio que comporta o exagerado número de edis de nossa cidade. Necessidade que, inclusive, foi gerada por todos que foram favoráveis ao estúpido aumento no número de cadeiras da casa. A mudança causou vários transtornos e ônus para o legislativo. A denúncia ainda dá conta de licitações e contratações que assumiram o status de suspeitas e que precisam ser averiguadas, sim! Alguns custos, como uma limpeza de banheiros por R$ 400,00 podem não ser de fato tão absurdos, mas carecem de uma justificativa que tranquilize a população. Particularmente, duvido que Bearare tenha agido segundo o costume de administradores públicos já veteranos no trato desleixado com o erário público, mas pode realmente ter permitido, mesmo sem o saber, que abusos tenham ocorrido. Isso, apenas uma investigação séria e imparcial poderá esclarecer.

Estive com Paulo Bearare no dia 4 deste mês. Levei até ele a sugestão de um projeto cultural que pretendia realizar na cidade com o objetivo de levantar fundos para a Corporação Musical Maestro Antônio Passarelli. Algo que ele não perdeu a oportunidade de ironizar devido ao imbróglio que me meti por expressar minha ojeriza a música "He-man", executada pelos músicos. Vi um homem abatido e afogado em ofícios e despachos (muitos travados pela situação política atual do município), e que me tratou com objetividade, mesmo que eu tenha saído de mãos abanando. É lógico que eu e Bearare temos diferenças! Ele ainda guarda mágoas devido a denúncia que protocolei contra o seu partido por propaganda eleitoral antecipada na campanha de 2012. O Ministério Público aceitou a denúncia e eu ganhei mais uma coleção de desafetos. Águas passadas... O momento é outro e é claro que acredito, ao menos na sua intenção de ser austero com a coisa pública. Aguardemos a apuração do caso. Obviamente, Bearare entrará com recurso para retornar ao cargo até que o caso seja apurado. Não poderia agir de outra forma! Caso a denúncia proceda, aí a história é outra. Não conheço o caso suficientemente para especular um resultado.

Ficamos assim
Já que quem deveria assumir o cargo na prefeitura com a saída do prefeito interino, conforme a Lei Orgânica do Município, seria o secretário de Negócios Jurídicos e estando esse cargo vago, o atual presidente em exercício da casa Legislativa, Wlademir Antônio Zavanella é que seria levado à função, mas apenas por força de um decreto Legislativo. A vereadora Osterlaine Henriques Alves assumiria a presidência da Câmara e para a cadeira vaga de Zavanela seria convocado o suplente Paulinho do Posto. Integram a Comissão Processante que irá apurar a investigação, depois de reunião deliberativa e sorteio, os vereadores Gilmar Trecco Cavaca (PSDB), Osterlaine Henriques Alves (PMDB) e José Fermino Grosso (DEM).

E agora José? Como vai acabar essa história? Nem tô aí para esse circo! O que me incomoda é que já vai quase um ano e a cidade está engessada. Ah! Mas o Bearare tem produzido muito, enquanto substitui o prefeito! É... Mas aquilo que realmente pode significar uma mudança real na vida dos munícipes depende de ações efetivas que só um prefeito legítimo (com tempo disponível apenas para as necessidades da população e não para defesa de si mesmo), poderia realizar. Nesse ponto concordo com o discurso do vereador Paquinha durante a sessão anterior a de ontem: já passou da hora de parar com a hipocrisia política e de unir todas as forças e intenções para melhorar a vida dos eleitores.

Vai... Podem xingar agora!

2 comentários:

  1. é ..como diria um antiga canção punk.." poderzinho idiota, só quer, só quer me foder..(ferrar)..

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  2. Vergonhosa a situação política em Birigui, Tanto Pedro Bernabé, como Roque Barbiere compraram votos nas eleições passadas, e sobre o afastamento do prefeito interino Paulo Bearari, isso foi uma jogada imoral do despeitado Glauco Peruzzo, se ele tinha ciencia disso, porque não protocolou isso antes, só falta agora recontratarem esse cidadãó na prefeitura, e o sr Zavanela, como um fantoche querendo porque querendo sentar na cadeira de prefeito, interino do interino, mais do que de pressa precisamos de novas eleições

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