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Minha comadre, enfim, encontrou a paz...

JOrge Ferreira de Sousa - Um Asno
Meu irmão, paraíba, Jorge
Maria Ferreira Andrade de Sousa, minha querida Mariquinha, está sendo velada neste momento no Velório da Saudade. Minha eterna Comadre, será sempre assim que irei me referir a ela, lutou contra o câncer durante meses e na madrugada de hoje, cedeu ao capricho deste infame adversário. Mariquinha não era minha commatre no sentido real da palavra, mas era a forma mais carinhosa que tínhamos de nos tratar já que seu filho, o Jorge Ferreira de Sousa, já havia deixado a categoria de amigo há mais de vinte anos para ocupar o penoso cargo de meu irmão. O mais próximo que pude alcançar de um irmão está na pessoa de Jorge, eternamente alcunhado de Boy e, apenas hoje, depois de tantos anos, pude entender de fato a sua sensibilidade. A capacidade de sentir o mundo de meu irmão sempre foi sua maior qualidade, mas também o que mais o sacrificava, assim entendia eu. Hoje consegui entender porque ele sentia tanto e passei a sentir com ele. Em apenas uma semana o Boy perdeu o pai e a mãe. Uma rajada de emoções lançada sobre ele como a carga de um potente e carrasco canhão.

Hoje, nenhuma palavra pode ser apropriada para descrever o tipo de emoção que compartilho com meu irmão paraíba. Quando eu visitava seu lar era sempre a Mariquinha que primeiro vinha me cumprimentar e me abraçar. Deixava de lado o que estivesse fazendo só para poder me ouvir falar o tempo todo e sem nenhuma pausa. Porém, neste dia em que ela está envolta em silêncio, mudo também desço eu a um abismo de silêncio. Sem ânimo para falar e sem palavras para descrever o vazio que terá de ser preenchido apenas com memórias. Nunca, de fato, se preenche esse vazio... Sei bem o que estou dizendo! Consola-nos apenas o alívio de não mais vê-la afogada no sofrimento dessa doença perversa, mas o que desejaríamos de verdade é que nenhum ser humano jamais tivesse de experimentar tal covardia do destino. Temos uma vida breve e na maioria das vezes permitimos que nossa existência seja apenas medíocre, quando poderíamos ser todos notáveis. Hoje, meu irmão, consigo compreender cada letra das canções que você compôs. Sou impotente para amainar sua angústia, mas como você bem colocou na sua canção que é a minha preferida: "Segura a minha mão, diz os versos de uma linda canção. Vem comigo que o abrigo ainda são seus amigos..."

Um comentário:

  1. Meu amigo de sempre, estou comovido com suas palavras. Penso que é sempre bom ter amigos nesta vida. Muito grato por tudo que tem feito por mim. Grande abraço!

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