Acompanhei a questão das Cotas nas Universidades com muita atenção e concluo que os juízes se desdobraram em um esforço retórico desproporcional para justificar a aposentadoria do Artigo 5º da Constituição. É esse o artigo que assegura que todos os homens são iguais perante a lei, mas, sob o pretexto de se garantir a “justiça material” e de que aquele texto seria expressão apenas formal, aprovou-se por unanimidade o sistema de cotas raciais.
Não vi um só, entre os dez ministros, que fosse capaz de nos explicar porque um branco pobre terá de arcar com a generosidade compensatória dos ilustres magistrados tendo sua vaga sequestrada em benefício de um negro – sendo este pobre ou rico, ainda que seu desempenho seja superior.
Já que não se cuidou, na ocasião, de justiça social, portanto, cotas sociais, o que foi feito realmente com o conteúdo que está naquela que é cláusula pétrea da Constituição? Porque, afinal, a cor da pele de um o faz naturalmente um opressor, e a do outro, naturalmente um oprimido??? Quem no Supremo se dispõe a elucidar essa questão?
O que aconteceu nesta quinta-feira (26) é que aqueles senhores e senhoras, simplesmente aboliram os brancos pobres do Brasil! Com muita facilidade, dividiram o Brasil em “raças” — que reconheceram, ao menos, não ser um conceito biológico; já é algum avanço. Jogaram nas costas dos brancos, tão destituídos quanto os negros de um estado que os proteja e respeite, a responsabilidade pela perenização das desigualdades!
Como blogueiro, já me posicionei contra a política de Cotas, bem como contra o Racismo. Não! Eu não apoio cotas em universidades de nenhuma natureza. Não concordo com o professor titular da USP, Kabengele Munanga e já me posicionei favorável a dissertação do sociólogo Demétrio Magnoli.
Entendo que universidade é uma questão de mérito. Para deixar claro, a meu ver, é evidente que o único critério moralmente aceitável seria a cota social. O site da Etnia Brasileira demonstra que um grande número de negros concordam comigo e a questão não é de racismo, embora só por me declarar contra essa política já sou considerado “marginal” pelo ministro Joaquim Barbosa, conforme suas palavras.
Os racialistas, defensores das Cotas, na verdade, estão mais preocupados com uma revisão da história e pretendem tornar os brancos de hoje moralmente responsáveis pelos atos dos brancos que um dia foram senhores de escravos. Mas, se a questão é de responsabilidade moral, por que ela não há de ser compartilhada com os negros que primeiro escravizaram negros na África para, então, vendê-los ao tráfico? Caso a opção do Supremo fosse pelas Cotas Sociais, os direitos dos negros seriam assegurados, sem desprestigiar os direitos dos brancos!
Da fala de Ricardo Lewandowski, o que ficou entendido é que: se os negros sacrificaram os seus para a construção de um sistema de desigualdade, por que os brancos não podem sacrificar os seus para construir a igualdade? Foi o único substrato (a)moral possível da decisão tomada ontem!
Porém, nesta lógica aparentemente singela e óbvia está a semente do horror e do Mal. Afinal, poder-se-ia indagar o mesmo sobre qualquer horror: “Se os fuzilamentos de inimigos foram usados para construir a desigualdade, por que não usá-los para construir a igualdade?” Lênin deve ter feito essa pergunta e a respondeu! “Se os campos de trabalho forçados do Czar foram usados para construir a desigualdade, por que não usá-los para construir a igualdade?” Stálin deve ter feito essa pergunta. E a respondeu! “Se a manipulação da imprensa foi usada para construir o sistema de vocês, por que não usá-la para construir o nosso?” Agora não é imaginação: Goebbels, de fato, se propôs tal questão. E deu uma resposta.
Existem, sim, injustiças no ensino universitário brasileiro, e a mais grave e escandalosa passou longe do Supremo que ultimamente tem ingerido muito em questões do legislativo. leiam o artigo de Walter Williams que dá uma aula de radicalidade e tolerância. Ele é negro! Antecipando as críticas e acusações de racismo: sou pardo!
Sou negro e apoio o que você disse. Para alguns é até constrangedor porque parece que não temos capacidade de entrar em uma faculdade por nossos esforços.
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