Abaixo, um texto extraído do Blog
Jornal da Calheta, do programa de rádio do meu amigo
Wilson Firmo. Comento em seguida:
Por Nadja Nascimento
O político ruim está em toda parte. Certamente algum deles estará lendo este artigo e começando a se preocupar com o que virá. Vou advertindo: não precisa se preocupar. Ao final desta leitura você saberá o que não fazer na próxima vez que tentar candidatar-se.
Na propaganda eleitoral gratuita, via televisão, a praga é maior! Sempre que posso, assisto atentamente com um olhar crítico e um coração forte, são figuras hilárias em sua maioria.
Como o espaço é democrático, muitos atiram-se em frente as câmeras e/ou atrás de um microfone, acreditando que poderão ser içados à condição de político da noite para o dia. Ser político é uma “arte” que necessita de muito mais que vontade de fazer política, é uma condição inata, não se aprende na faculdade, muito menos é herança genética.
O político ruim é aquele que tem péssimo gosto musical para seu jingle, que aparece na TV como artistas dispostos a fazer rir, que não se intimidam com seu discurso pouco coeso, que dispara promessas e propostas sem nenhum fundamento, um tal de “se eu for eleito…” e sai prometendo o inimaginável. Tem aquele que ainda nos procura e oferece “presentinhos” em troca do nosso voto.
Hoje, ser político requer ter uma excelente metodologia de trabalho, antes, durante e pós-candidatura. Deve-se buscar sempre uma formação acadêmica, que aperfeiçoe suas aptidões. Lamentavelmente, existem políticos que entram, saem ou migram em seus mandatos sem se fazer claros, que simplesmente nos constrangem com a sua oratória sem sentido, falando “probrema” e achando que a população não percebe ou que isso é normal.
O momento em que vivemos não permite mais esse tipo de político. Já não podemos aceitar ter representantes menos preparados do que nós. Um mandato dura somente quatro anos, mas os estragos que um político ruim provoca perdura por muito, muito tempo e o preço sempre é pago por nós, sendo que esse preço nunca é baixo.
Portanto, não dá mais para favorecer pessoas assim. Não somos mais os
Analfabetos Políticos definidos por
Bertold Brecht. A população já está percebendo o valor que seu voto tem e não se deixa mais enganar pelo político ruim. Quando isso for uma prática comum na nossa sociedade, tornar-se político se tornará um cargo que exigirá habilidades e competências, como para qualquer trabalho que precise lidar com o bem-estar dos outros em primeiro lugar, e só os melhores poderão concorrer a esta vaga.
Nadja Nascimento é pedagoga do Cabo de Santo Agostinho
Minha Vez...
Eu já declarei minha confiança de que ainda neste século, conheceremos o verdadeiro político que não se fez, foi feito por aclamação por seus méritos! Tenho plena confiança nas gerações que estão surgindo agora e nas futuras. Ainda que o Facebook, o Twitter, e outras redes sociais tenham deteriorado o intelecto da maioria, ainda que as opções dos jovens que utilizam a internet sejam as menos construtivas, mesmo que a qualidade de pensamento tenha perdido espaço para a interação patológica e a produção de ideias tenha sido prejudicada por essa interação, confio na restauração cultural!
Mesmo porque, essa restauração ocorre em ciclos e é sempre motivada por uma insatisfação coletiva. Todos nós ainda estamos embriagados com o que a tecnologia tem nos permitido nos últimos 20 anos, mas a entropia natural já começa a dar os primeiros sinais e a tecnologia, considerando também seus avanços futuros, voltará a ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento do ser humano. Não vejo catástrofes pela frente, vejo uma linda aurora após o holocausto que debilita nossos intelectos. Uma crise será a resposta! E essa crise, oportunidade crucial, já se avizinha, tão logo recobremos o juízo após uns três anos de ressaca pela
Copa de 2014 (Se o Brasil perder logo no início, pode levar menos!).´
Infelizmente, para nosso município, isso pode levar alguns anos mais... Fiquei muito feliz nesta última quinta porque, ao tomar um café numa padaria com meu amigo (bem mais jovem que eu, mas já maduro), tive a sorte de conhecer um senhor, de nome Mauro, que participou da conversa demonstrando mais uma vez que existem bons pensadores e leitores em nossa cidade. Mauro mostrou-se interessado em nosso diálogo e depois deixou claro sua linha de raciocínio. Leitor avançado de Schopenhauer e Nietzsche, nos proporcionou breves, mas bons instantes de conversação. Notei que falta esse tipo de estímulo aos jovens da atualidade e que é possível juntar as pessoas para debates construtivos afim de proporcionar a estes jovens mais opções.
Discordo de Pedro Bial quando este diz que "a experiência é um carro com os faróis voltados para trás". É ainda a experiência que traz a melhor luz para a construção de novos pilares para o pensamento. Mas, vejam bem... é da experiência que falo, não das ideias convencionadas!
Profícuo o texto, aludindo a tema tão necessário. Mas, a leitura do mundo, a leitura livresca e a avaliação ainda estão alhures, mas em germem já se fazem sentir.
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