Nos mais diversos tipos de relacionamentos, de
amizades, namoros, casamentos ou entre familiares, é facilmente possível
perceber como as pessoas reagem de forma totalmente distinta diante de uma mesma
situação.
Estabilidade financeira, filhos, netos, regras ou
até os mais diversos comentários de rodas sociais não deveriam ser motivos para
que pessoas fiquem unidas apesar de infelizes.
Entretanto, é comum ver pessoas que por motivos
econômicos, políticos, inconfessáveis, inexplicáveis ou quaisquer outros, se
acomodaram em situações nas quais certamente elas mesmas não gostariam de
permanecer, mas aparentemente assim se mantém apesar de muitas vezes até se
detestando.
Outras possuem uma incrível capacidade de apertar
aquele famoso botão de finalização radical, o do foda-se, e o acionam
sem a menor cerimônia, sempre que se sentem em situações desconfortáveis,
acabando definitivamente com uma situação que as incomodava.
Independentemente do tipo de reação ou da
situação de cada um, ao fim de cada página do livro diário de nossas vidas é
necessário virá-la para podermos continuar nele escrevendo, ou ela será tão
rasurada que depois de algum tempo, nem mesmo nós conseguiremos entendê-la.
Em seu texto Casos Inacabados, o autor Ivan
Martins fala sobre pessoas que - mesmo após o término de algum tipo de
relacionamento - permanecem em nossas vidas por não havermos, efetivamente,
colocado um ponto final em relação a elas.
Como exemplo cita o casal que termina uma
relação, mas o saudosismo, a intimidade e o desejo, provocam situações de sexo
que até satisfazem a fome, mas não a saciam realmente e ainda podem causar dor
de barriga.
Finalizado um namoro, caso ou casamento,
normalmente ocorrem momentos de indecisões, com tentativas válidas de
reaproximação por um dos lados, porque muitos sentimentos permanecem, mas quando
não são correspondidas, são infrutíferas, devem ser interrompidas, cessadas
definitivamente.
Nessas ocasiões não importa quem amou, se deu,
tentou, foi mais ou menos companheiro, e sim que as pessoas já não estão mais em
sintonia sobre o caminho que pretendem seguir e, portanto, devem continuar por
rumos diferentes, deixando como único elo entre eles os filhos, se
existirem.
Todos os outros laços que os uniam, como bens
patrimoniais, moradia, conta corrente bancária conjunta, atividades comerciais
em que eram sócios ou uma simples caixa postal eletrônica compartilhada, devem
ser definitivamente rompidos ou um verdadeiro afastamento não ocorrerá e nenhum
novo relacionamento será bem sucedido sem que aquele esteja completamente
resolvido, com todos os seus elos rompidos, pois sempre existirão pendências em
relação ao passado.
Uma nova caminhada só será possível se realmente
ocorrer um ponto final na anterior e, apesar de muitas vezes dolorosa, aquela
página for virada.
Ao permanecer unidas em um relacionamento quando
já não é o desejam, as pessoas jamais serão ou farão felizes seus amigos,
sócios, namorados, companheiros, esposas ou maridos, pois o único motivo que
certamente promove a felicidade é o desejo recíproco de continuar juntos.
O bem querer, a amizade, a paixão ou o amor
jamais promoverão ou nos darão felicidade se não forem correspondidos.
Ao fim de cada etapa da vida, vire a página,
mesmo que para isso necessite apertar seu botão mais radical.
*Jornalista, escritor e produtor rural
Nossa adorei o texto.
ResponderExcluirConcordo com o texto, pois relacionamentos sejam eles de amor, amizade, familiar ou de trabalho são complicados, mas......Os relacionamentos ligados a amizade, trabalho e até familiar, são mais fáceis de resolver. Agora no campo afetivo existe uma distância muito grande entre teoria e prática, e é por isso a demora de dizer foda-se.
ResponderExcluirAcredito também que se alguma coisa ficar pendente (não está incluido filhos) nova companhia não terá sucesso, pois a prosperidade de um relacionamento torna-se possível quando se soma e não divide.