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A CPI do Cachoeira terminou como estava previsto... No Brejo!

Odair Cunha - Um Asno
Odair Cunha - Foto: Agência Brasil
Pois é... apelando para meus poderes psíquicos de vidência (ou seja, simples leitura dos desdobramentos na mídia de ambos os lados: governista e de oposição), já havia declarado desde o início que a CPI do Cachoeira seria na realidade a CPI do Brejo. Hoje foi a última sessão onde, por 18 votos a 16, o relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) foi rejeitado. O encerramento deste capítulo revela exatamente o grau de delinquência dos representantes que elegemos e daqueles que saem em sua defesa. Recebi muitos ataques porque em meus artigos pegava mais pesado com o PT. Ora, o PT hoje é situação e quando age de maneira exatamente igual ou pior do que aqueles que outrora criticava, é claro que tendo a criticar mais as suas ações do que as de outros partidos que, aliás, estão na UTI faz muito tempo. 
Após quase oito meses de duração, a CPI terminou sem um relatório oficial. Antes de encerrar os trabalhos, os parlamentares aprovaram um parecer paralelo de duas páginas, redigido pelo deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), que não pede o indiciamento de nenhum suspeito e apenas encaminha a investigação para o Ministério Público Federal com quase nada. O relatório não poderia ser aprovado mesmo, pois o relator, Odair Cunha, se sujeitou a pressões para usar a CPI para atacar a oposição e desviar o foco do julgamento do mensalão. Ainda se submeteu a manobras de parlamentares como o senador Fernando Collor (PTB-AL), para montar um parecer com ataques ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a jornalistas e políticos dos partidos de oposição.
Durante os quase oito meses, oficialmente, a CPI investigou apenas sete empresas fantasmas ligadas à empreiteira Delta, que teriam movimentado 148 milhões reais em quatro anos, sendo que, a maior parte desse valor em CNPJs de Goiás. Quanto às empresas que não tiveram o sigilo quebrado, estima-se que receberam da Delta 265 milhões de reais, segundo o próprio relator da CPI. É bem verdade que esta construtora aparece em várias campanhas como doadora e doou também para Dilma Rousseff, conforme meu artigo do dia 05 de maio deste ano. Espetacular é que a mesma construtora tenha alavancado seu capital e conquistado relevantes contratos no governo a partir das consultorias do ilustríssimo senhor mago dos resultados milagrosos e, corrupto!, José Dirceu. Comentei outra nota dele aqui.
As manobras políticas permitiram que deixassem de ser investigados os caminhos pelos quais circularam cerca de 10 bilhões de reais movimentados por mais de 20 empresas fantasmas e, pelo menos, 7 bilhões de reais recebidos pela Delta Construções ao longo de cinco anos. As investigações indicaram que a construtora teria alimentado caixas de campanhas em todo o país, além de ter usado laranjas para pagamento de propina em troca de favores no governo federal e nos estados. A vontade de investigar diminuiu quando ficou evidente que a Delta não teria seus tentáculos restritos apenas ao estado de Goiás e, portanto, não serviria para pegar apenas os inimigos da oposição e, tampouco para melar o julgamento do Mensalão.
Cada palavra em destaque neste artigo é um link do que já foi escrito a respeito da famigerada CPI. Me censuraram muito com comentários agressivos tentando me convencer de que, pelo menos o PT investigava os "malfeitos" de sua gestão. A única coisa que fica evidente neste ano de 2012 é que o PT trabalha muito para blindar seus medalhões e se finge de morto quando seus peixinhos estão para ser abatidos. Me convenceram também que toda vez que seus "malfeitos" são descobertos apelam para o senso religioso de seus militantes para agirem sem razão. Atacam a mídia, mas, por acaso a Polícia Federal é composta de repórteres? É a PF que revela os malfeitos, a imprensa só divulga e, com isso apenas cumpre com seu papel. Com esse desfecho, o PT demonstra bem como pretende preservar as instituições de nosso país. Só nos resta lamentar...

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