Dados errados do Incra prevalecem sobre os dados certos do IBGE
Bem,
vamos lá. Não sei ainda — e ninguém sabe — qual seria o Código Florestal ideal para o Palácio do Planalto. Para tanto, seria preciso
ter todos os detalhes do veto e o texto da MP. Ainda não há. A questão
principal, parece, diz respeito à recuperação de áreas às margens dos
rios. Uma coisa, no entanto, é certa: Dilma não atendeu aos reclamos dos
pilotos de pterodáctilos, que cobravam que o código fosse para o lixo. A
presidente fez 12 vetos e introduziu 32 alterações de texto. As lacunas
legais que se abrem serão preenchidas com a Medida Provisória. Tudo
isso terá de ser negociado no Congresso, que conserva o poder de veto, é
bom que fique claro — embora eu ache que não será usado.
De saída,
uma questão relevante. O governo, por ingenuidade ou truque - alguém ali
tem o direito de ser ingênuo? - trabalhou com uma área de produção
falsa, que é aquela endossada pelo Incra. Segundo o instituto, haveria
599 milhões de hectares no Brasil dedicados à produção. Quem dera! Não
teríamos mais onde estocar alimentos! É um número estupidamente falso. O
próprio IBGE — o governo reconhece o IBGE, não? — trabalha com outro
número. A agropecuária ocupa, no Brasil, 329.941.393 de hectares; desse
total, 98.479.628 são áreas de preservação dentro das propriedades. Sim,
vocês entenderam direito: os proprietários rurais brasileiros já preservam
29,84% das terras que constam, oficialmente, como destinadas à
agropecuária. Como o Brasil tem 851 milhões de hectares, isso significa
que agricultura e pecuária ocupam apenas 27,2% do território brasileiro
(231.431.765 milhões de hectares). Estudos mais recentes falam em 27,7%.
Essa é a verdade.
Assim, há um
erro essencial nessa história. Por que falsear a realidade, eu me
pergunto? Porque tomar determinadas decisões fica parecendo coisa menos
absurda. Adiante.
Que Dilma
vetaria trechos do texto, isso era certo como a luz do dia. Tem de
piscar para a turma do “Rio+20″ que vem por aí. Sim, haverá — e isto é o
fim da picada — redução da área de produção no país. Será inferior
àquela que haveria se o texto tivesse saído conforme pediam os
ecologistas reacionários, que dizem gostar do planeta e que,
inequivocamente, detestam gente. Mas haverá, por exemplo, uma escala
para a recomposição as margens de rios, conforme se lê no post anterior.
A decisão, em relação ao que queriam os aloprados, protege os pequenos
proprietários.
É preciso
conhecer o conteúdo da MP para ter clareza sobre a medida. Os
ultrarreacionários da ecologismo perderam. O texto não foi vetado. Vamos
ver agora de quanto será a perda da produção.
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