Bradesco negocia compra do Santander no Brasil
Por Aguinaldo Novo no GLOBO
O Bradesco está próximo de fechar a compra das operações do Santander no
Brasil. O negócio para o banco espanhol, que já se desfez de operações
no Chile e na Colômbia, passou a ser imperativo em razão do agravamento
da crise bancária na Espanha, que tem exigido novos aportes de capital
para fazer frente ao aumento da inadimplência. Procurado pelo GLOBO, o
Bradesco não quis comentar a informação, e nenhum representante do
Santander foi encontrado. Se confirmada, a operação catapultaria o
Bradesco da terceira para a primeira posição no ranking dos maiores
bancos de varejo do Brasil, ultrapassando de uma só vez o Itaú Unibanco e
o Banco do Brasil (BB).
Pelos
números de março, Bradesco e Santander, juntos, somariam R$ 1,2 trilhão
em ativos e R$ 108,4 bilhões em patrimônio líquido, contra R$ 896,8
bilhões e R$ 72,5 bilhões, respectivamente, do Itaú Unibanco. Já o BB
fechou seu balanço no primeiro trimestre com R$ 1 trilhão em ativos (por
ora, é a única instituição latino-americana a atingir essa marca) e R$
60 bilhões de patrimônio líquido.
Negócio ajudaria a capitalizar matriz
A princípio, os controladores do Santander dizem não ter a intenção de deixar completamente suas operações no Brasil, que hoje responde por mais de 30% do resultado global do grupo. A primeira informação que circulou no mercado dava conta do interesse do Santander de abrir mão de uma fatia entre 30% e 40% do seu capital no Brasil. Considerando as estimativas feitas por alguns executivos sobre o valor do banco (entre R$ 100 bilhões e R$ 160 bilhões, neste caso incluindo o ágio pago na aquisição do antigo ABN Amro/Real), a transação poderia chegar a R$ 64 bilhões.
A princípio, os controladores do Santander dizem não ter a intenção de deixar completamente suas operações no Brasil, que hoje responde por mais de 30% do resultado global do grupo. A primeira informação que circulou no mercado dava conta do interesse do Santander de abrir mão de uma fatia entre 30% e 40% do seu capital no Brasil. Considerando as estimativas feitas por alguns executivos sobre o valor do banco (entre R$ 100 bilhões e R$ 160 bilhões, neste caso incluindo o ágio pago na aquisição do antigo ABN Amro/Real), a transação poderia chegar a R$ 64 bilhões.
O Banco do
Brasil estava entre os principais interessados e vinha negociando com a
instituição espanhola. Mas as conversas esbarraram na falta de acordo
sobre preço. Não se descarta no mercado a hipótese de o Bradesco, que é
apontado até agora como a instituição com mais chances de fechar a
negociação, abocanhar o controle total.
“Não vejo o
Bradesco como minoritário no negócio. Antes de ser vendido para o Itaú, o
Unibanco chegou a negociar com o Bradesco e a proposta colocada na mesa
era uma administração compartilhada. O Bradesco não aceitou na época”,
disse um desses executivos a par das conversas.
(…)
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