O PAPEL PATÉTICO DO EX-CAÇADOR DE MARAJÁS E ATUAL CAÇADOR DE JORNALISTAS
Desculpem! A postagem é comprida demais para os padrões dos blogs, mas vale cada letra!
A quadrilha do mensalão estava mentindo. A quadrilha da Internet estava mentindo. A verdade vem à tona de forma clara, cristalina, inequívoca.
Lembram-se da Operação Monte Carlo e das supostas 200 ligações trocadas
entre Carlinhos Cachoeira e Policarpo Júnior, um dos redatores-chefes da
VEJA e chefe da Sucursal de Brasília? NÃO ERAM, NÃO SÃO E NUNCA FORAM
200! ERAM, SÃO E SEMPRE FORAM DUAS!!!
- a oposição (ela só existe em países democráticos);
- a Procuradoria-Geral da República (ela só é independente em países democráticos);
- a Justiça (ela só é isenta em países democráticos);
- a imprensa (ela só é livre em países democráticos).
Bastaram, no entanto, duas sessões da CPI para que ficasse
claro quem é quem e quem quer o quê. Policarpo é citado, dados todos os
grampos da Operação Monte Carlo, 46 vezes nos grampos. Os homens de
Cachoeira e o próprio se referem, em suas conversas, a mais de 80
pessoas — inclusive a presidente Dilma Rousseff. Em algumas dessas
citações, por exemplo, o contraventor e o senador Demóstenes estão é
combinando uma forma de abafar a repercussão de uma reportagem publicada
pela VEJA em maio do ano passado e que apontava o suspeito crescimento
da… DELTA! Eis a VEJA que alguns vigaristas queriam criminalizar. E foi a
VEJA, diga-se, o primeiro veículo impresso a tornar públicas as
relações de Demóstenes com Cachoeira — na edição que começou a chegar
aos leitores no dia 3 de março!
Este blog ouviu um relato sobre a espantosa conversa do senador
com o delegado Rodrigues. Fiquem frios. Logo surge uma gravação
clandestina na praça. Consta que o homem foi ficando irritado à medida
que via as suas ilações e suspeitas indo por água abaixo.
Collor, vocês se lembram, era dado a refletir com as pernas.
Quando ficava com vontade de pensar, saía correndo. Certo dia, abusando de
sua cultura filosófica, declarou que tinha “aquilo roxo”. Como o segundo
delegado ouvido também não disse o que ele queria ouvir, roxo de
raiva, decidiu partir para a peroração solitária. Acusou VEJA de obter
“ganhos pecuniários” com as reportagens que publicou. Bem se vê que este
senhor nunca administrou as empresas da família. Só pega mesmo a grana
na condição de acionista. A ilação é estúpida de várias maneiras:
2) se uma revista quisesse apenas vender mais, daria só
boas notícias. Ocorre que o jornalismo que se preza tem compromissos
com a moralidade pública e com ética. Se isso implicar publicar as más
notícias, elas serão publicadas;
3) se a tese estúpida do senador fizesse algum sentido,
jornais e revistas teriam de distribuir gratuitamente as edições que
são obrigadas a relatar tragédias — só assim não seriam acusados de
lucrar com a desgraça alheia;
4) veículos que se prezam, que têm vergonha na cara,
que não são financiados com dinheiro público, têm a maior parte
— ESMAGADORA!!! — de sua receita oriunda de anunciantes privados. Não
raro, o preço de capa de uma revista é inferior a seu custo como
produto;
5) a maior parcela da receita derivada da venda de
jornais e revistas vem das assinaturas, não da venda em banca. Logo, se
há ou não notícia de escândalo, isso é irrelevante. O leitor, como todas
as pessoas moralmente saudáveis do mundo, prefere a boa notícia.
A canalha
resolveu multiplicar o número por 100 para ver se conseguia dar ares de
crime ao trabalho normal de um jornalista. Os que se dedicaram a
espalhar a mentira nunca quiseram, como vocês sabem, apurar as ligações
do grupo de Cachoeira com os políticos e com o Estado brasileiro.
Queriam, isto sim, desmoralizar os fundamentos de uma democracia, a
saber:
Mas atenção!
Ainda que houvesse mesmo 200 conversas ou que, sei lá, surjam outras
198 do éter, o que o número, por si só, provaria? Nada! Policarpo
estaria, como estava, em busca de informações que colaboraram para a
demissão de pessoas que não zelavam pelo interesse público. E quem as
demitiu, repito, foi Dilma Rousseff. Não consta que esteja pensando em
recontratá-las.
OS
MENSALEIROS E SEUS BRAÇOS DE ALUGUEL TENTARAM SEQUESTRAR AS
INVESTIGAÇÕES DO CASO CACHOEIRA E A PRÓPRIA CPI PARA, DESMORALIZANDO
TODAS AS INSTÂNCIAS DO ESTADO DE DIREITO, PROTEGER BANDIDOS,
QUADRILHEIROS, VIGARISTAS E SOCIOPATAS.
Os delegados
No
depoimento prestado à CPI no dia 8, indagado pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), hoje a voz mais extremista contra a imprensa na CPI, o
delegado Raul Souza foi claro, inequívoco, para decepção daquele que
começou caçando marajás e, vivendo o seu ocaso, tenta caçar jornalistas e
cassar a imprensa livre: as conversas de Policarpo com
Cachoeira, afirmou, eram diálogos normais entre um repórter e uma fonte,
sem qualquer evidência de troca de favores.
Mas Collor,
os mais maduros se lembram, é uma alma obsessiva. Quando presidente, a
gente olhava pra ele, com os olhos sempre estalados, e desconfiava da
existência de algum espírito obsessor (Deus nos livre!). Deu no que deu.
Tendo sido fragorosamente malsucedido na operação que lhe encomendou a
ala sectária do PT — José Dirceu, Rui Falcão e outras lorpas da
democracia, ele voltou à carga no depoimento de outro delegado, Matheus
Rodrigues. Enquanto alguns parlamentares tentavam apurar os vínculos
entre Cachoeira e políticos, o atual Caçador de Jornalistas seguia firme
no seu intento de tentar criminalizar a imprensa. E Mergulhou,
definitivamente, no patético.
O diálogo com Matheus
Collor
iniciou a sua intervenção lembrando que a CPI havia sido instalada para
investigar as ações criminosas de Cachoeira e de agentes públicos e
privados que com este teriam colaborado. E partiu pra cima de Policarpo e
da VEJA. Perguntou se o jornalista era coautor de um algum crime.
Detestou a resposta: “Não, excelência! Eu já falei e vou insistir”.
A excelência
não se conformou. Tentou obrigar o delegado a acusar Policarpo de algum
crime. Como não realizasse o seu intento, este gigante do pensamento
jurídico, este monstro sagrado da lógica — que é sócio de jornal e de
emissora de televisão!!! — queria saber se Cachoeira havia passado a
Policarpo alguma informação que tivesse obtido com escutas ilegais.
Outra negativa e a fala inequívoca: havia entre Policarpo e Cachoeira ”uma relação de informante, de passar uma informação como fonte”.
Roxo de raiva
1)
assuntos políticos (especialmente notícias ruins, envolvendo corruptos)
não são as que mais vendem revistas, como sabem todas as pessoas que
são do ramo;
Se errou na
moral, se errou na ética, se errou no alvo — se errou, obrigo-me a
dizer, na vida, já que é o único presidente impichado (só não houve o
impeachment formal porque renunciou) da história do Brasil —, errou
também ao fazer digressões tolas sobre o setor de revistas.
Vinte anos
depois da capa histórica de VEJA, em que Pedro Collor chutou o mastro do
circo do irmão, o agora senador tenta se vingar da revista. Quebraram
todos a cara — ele e a ala extremista do PT da qual aceitou o triste
papel de laranja.
Reportagens
de VEJA, algumas feitas por Policarpo Junior, ajudaram a pôr para fora
da Esplanada dos Ministérios pessoas que estavam lá descumprindo o
juramento que fizeram ao povo. Como ajudaram, há 20 anos, a depor um
outro bufão, que também tomava a sua comédia pessoal como parte da
história universal.
Collor não vai conseguir o “impeachment” jornalístico da VEJA porque a revista é limpa! Ponto
Espalhem
a verdade. Porque VEJA revela na edição desta semana quem está por trás
da indústria da mentira na Internet e como ela opera.
Por Reinaldo Azevedo
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