Publiquei nesta manhã um post sobre a intenção do governo de ampliar as áreas em que seriam aplicadas as cotas raciais. Até mesmo os cursos de… doutorado (!!!) teriam de se submeter a esse critério, o que é uma barbaridade. É evidente que, se o “cotismo” vai valer para negros com base na suposição de que são discriminados, não há por que não estendê-lo a outros grupos que se digam também vulneráveis. Aos poucos, vamos deixando de lado duas questões essenciais: a) o mérito ( e só ele deve contar quando se trata de desempenho intelectual) e b) uma política pública de educação, de caráter universal, que busque atender a todos igualmente. Um país que se ocupe de articular reparações pontuais acaba fatalmente se descuidando do conjunto.
Muito bem! Lembrei-me de um trecho do texto What Is Capitalism, da brilhante Ayn Rand, uma liberal convicta, que está no livro Capitalism - The Unknown Ideal. Segue em azul. Volto depois.
Quando, numa sociedade, o “bem comum” é considerado algo à parte e acima do bem individual, de cada um de seus membros, isso significa que o bem de alguns homens tem precedência sobre o bem de outros, que são relegados, então, à condição de animais prontos para o sacrifício. Presume-se, nesse caso, implicitamente, que o “bem comum” significa o “bem da maioria” tomado como algo contrário à minoria ou ao indivíduo. Observe-se ser esta uma suposição implícita, já que até mesmo as mentalidades mais coletivistas parecem perceber a impossibilidade de justificá-la moralmente. Mas o “bem da maioria” é nada mais do que uma farsa e uma fraude: porque, de fato, a violação dos direitos de um indivíduo significa a abolição de todos os direitos. Isso submete a maioria desamparada ao poder de qualquer gangue que se autoproclame a “voz da sociedade”, que passa a subjugá-la por meio da força física, até ser deposta por outra gangue que empregue os mesmos métodos.
Voltei
Ayn Rand era o pseudônimo de Alissa Zinovievna Rosenbaum (1985-1982), russa de origem judaica, cuja família emigrou para os EUA. Enveredou pelo caminho da filosofia, da literatura e da política. Foi uma das mais reluzentes e radicais expressões do pensamento liberal no século passado.
Não concordo com tudo o que dizia, não. As suas considerações sobre Deus, por exemplo, me pareciam amplamente insuficientes. Era uma ateia — agnóstica, no seu caso, seria mais preciso — convicta. Mas eu não preciso endossar 100% do que pensam as pessoas para encontrar aspectos admiráveis na sua produção. Há muitos vídeos seus no YouTube. Destaco um, com legenda, que tem tudo a ver com o Brasil destes dias. Volto para o encerramento.
Arremato
“A violação dos direitos de um indivíduo significa a abolição de todos os direitos”. Esse deveria ser um princípio indeclinável do estado democrático e de direito e uma divisa a orientar todos os votos no Supremo Tribunal Federal.
Por Reinaldo Azevedo
Adorei este post,sou contra cotas raciais, um pais que busca acabar com preconceito não deveria apoiar este tipo de benefícios para uns, que acaba prejudicando outros. Apoiaria talvez cota para pessoas de baixa renda indiferente da sua cor, raça ou religião.
ResponderExcluirO sistema de cotas é perverso pois é um racismo fabricado pelo próprio sistema, se somos todos iguais, qual o motivo para premiar raças em detrimento das outras? A partir do momento que voce dá alguma coisa a alguém passando por cima de outros,o acabará levando ao constrangimento e a indiferença que fica no meio, considerando ser incapaz por si só as vistas dos demais.
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